Resumo |
INTRODUÇÃO: Com a pandemia de COVID-19 no país, a implementação de consultas médicas e de enfermagem de forma remota, as chamadas teleconsultas, se tornaram um recuso facilitador do acesso aos serviços de saúde. No contexto de Viçosa, entre abril de 2020 e junho de 2021, ocorreu uma parceria entre a Universidade Federal de Viçosa e a Prefeitura Municipal da cidade, com a criação e realização de um projeto de extensão vinculado ao serviço de saúde – o Telessaúde COVID. OBJETIVOS: Trazer um relato de experiência de acadêmicos de medicina e enfermagem, estagiários do Telessaúde COVID, e reforçar a importância de habilidades de comunicação clínica no manejo de pacientes de forma remota. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES: O serviço de teleatendimento foi composto por acadêmicos de enfermagem, medicina, médicos, enfermeiros e profissionais do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), com o objetivo de orientar a população e manejar casos suspeitos ou confirmados de COVID 19, através de teleorientação ou teleconsulta. A equipe era responsável por solicitar o teste mais adequado, de acordo com a avaliação clínica e, nos últimos 3 meses, por agendar estes testes. Esse serviço foi implementado em uma central telefônica, criada no Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV, na qual os estagiários atendiam as demandas da população e realizavam os planos terapêuticos após discussão de caso com os preceptores. A orientação à população deveria ser feita utilizando-se habilidades de comunicação clínica, com uma abordagem centrada na pessoa, visando o bom entendimento e comprometimento do usuário, considerando seu contexto, particularidades, sentimentos, medos, expectativas e preocupações. RESULTADOS: Com a impossibilidade de uma comunicação não verbal para melhor criação do vínculo com os pacientes, foi necessário redobrar a capacidade de se conectar ao outro por meio da comunicação. Não interromper o paciente em meio à fala, realização de escuta ativa, utilização de encorajadores mínimos, a capacidade de detectar e responder de maneira condizente às questões emocionais trazidas, além do desenvolvimento de uma compreensão da situação problema pelo paciente - para uma boa decisão compartilhada -, são exemplos das diversas ferramentas de comunicação utilizadas para um manejo remoto de qualidade. CONCLUSÕES: O serviço do Telessaúde teve a responsabilidade de não apenas atender a demanda de testagem, monitoramento e isolamento da população, mas também de acolher, ouvir e ser suporte para milhares de viçosenses, em meio a uma pandemia que tirou a vida de mais de 550 mil brasileiros. Nesse contexto, as habilidades de comunicação clínica se mostraram imprescindíveis para o excelente funcionamento do serviço e a maior adesão dos pacientes aos planos terapêuticos pactuados. |