Resumo |
INTRODUÇÃO: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o transtorno do neurodesenvolvimento mais comum na infância, sendo mais frequente no sexo masculino e, geralmente, se manifesta antes do início da vida escolar da criança. Os sintomas do TDAH se apresentam em mais de um ambiente e podem sofrer influência do contexto no qual o portador está inserido. OBJETIVO: Descrever a prevalência de sintomas psiquiátricos nos responsáveis das crianças participantes da pesquisa intitulada “Níveis de BDNF e perfil oxidativo/inflamatório de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) antes e após tratamento com Metilfenidato”. METODOLOGIA: O estudo está sendo realizado no ambulatório de saúde mental da infância e adolescência da Unidade de Atenção Especializada em Saúde (UAES/UFV) em Viçosa-MG. O instrumento Kiddie-Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia - Present and Lifetime Version (K-Sads-PL) foi usado para investigar sintomas de TDAH, TOD, Tiques e Transtornos de Esfíncteres na criança. Para investigar sintomas psiquiátricos nos cuidadores das crianças, foram usados: Adult Self-Report Scale (ASRS-18) para investigar sintomas de TDAH; Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) para investigar sintomas de ansiedade, Escala de Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (CES-D) para investigar sintomas depressivos e o Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool (AUDIT), além do questionário de dados sociodemográficos. Os dados obtidos com os questionários são inseridos na plataforma REDCap, um software desenvolvido para coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa. RESULTADOS: Até o momento foram coletados os dados de 35 crianças de 6 a 15 anos incompletos com sintomas de TDAH, bem como as informações dos responsáveis desses pacientes. Do total de crianças com sintomas de TDAH, 71,4% são do sexo masculino e possuem idade inferior a 10 anos. Em relação aos sintomas psiquiátricos dos cuidadores dessas crianças, 62,9% apresentam triagem positiva para sintomas depressivos; 57,1% possuem triagem positiva para estado de ansiedade e 60% para traço de ansiedade; 88,6% apresentam baixo risco para problemas relacionados ao uso de álcool e, do total de responsáveis, 37,1% possuem triagem positiva para sintomas de TDAH. As informações coletadas mostram que 82,4% desses cuidadores são mães biológicas. CONCLUSÕES: Os dados obtidos até a presente fase do estudo mostram que grande parte dos cuidadores, em sua maioria representados pela mãe biológica, possuem prevalência significativa de sintomas ansiosos, depressivos e de TDAH, assim como relatam uso funcional de álcool. Portanto, levando-se em consideração a natureza multifatorial dos transtornos mentais, com componentes genéticos e ambientais, o cuidado em saúde mental de crianças implica necessariamente em atentar-se para problemas psiquiátricos em seus cuidadores, encaminhando-os também para o devido tratamento. |