Resumo |
A conservação de frutas e hortaliças é essencial para o suprimento de alimentos no mundo em qualquer época do ano. Manter a qualidade desses produtos é um processo complexo, pela alta perecibilidade, além da exposição à microorganismos deteriorantes e patogênicos, da colheita a pós-colheita. O ozônio tem sido testado na inativação de microrganismos, destacando-se por possuir elevada eficiência na preservação de frutas. O entendimento dos métodos utilizados para ozonização permite a formulação de problemas e hipóteses científicas precisas para estudos posteriores. Este trabalho foi desenvolvido em caráter exploratório, realizando-se um levantamento bibliográfico de artigos científicos publicados entre os anos de 2011 a 2021, com o objetivo de identificar as principais metodologias utilizadas para ozonização de frutas na fase de pós-colheita, assim como os efeitos e finalidades dessas aplicações. Considerou-se os principais grupos de frutas comercializadas no mundo: ácidas ou cítricas (citros e abacaxi), exóticas (damasco, kiwi, lichia, longan, macaúba, pêssego e tâmara), tropicais (abacate, banana, caqui, goiaba, mamão e manga), bagas e agregadas (amora, framboesa, mirtilo, morango e uvas), pomos (maçã e pêra) e melões (melão). Utilizou-se as seguintes plataformas de busca: Scielo, Springer Link, Science Direct e Scopus Preview. As palavras-chave empregadas na busca dos artigos foram: “Ozone in fruits”, “Post-harvest ozone of fruits” e “Ozone” seguida pelo nome científico e popular de cada fruta em inglês. Os artigos foram contabilizados e salvos em um banco de dados, realizando-se a identificação dos autores e ano de publicação, espécie estudada, finalidade da aplicação, estado do ozônio (gasoso, ou aquoso), concentração e tempo de exposição, condições de armazenamento (temperatura e umidade relativa), características analisadas e resultados obtidos. Um total de 47 artigos foram localizados, sendo cinco sobre frutas ácidas ou cítricas, oito sobre as exóticas, seis sobre as tropicais, dezoito sobre bagas e agregadas, seis sobre pomos e quatro sobre melões. Pelo menos um artigo foi encontrado para cada espécie dentro dos grupos pesquisados. O maior volume e os estudos mais atuais pertencem ao grupo das bagas e frutas agregadas. As concentrações de ozônio empregadas variam de 0,08 a 49,5 mg L-1 e os tempos de exposição de 10 min a 144 h. A ozonização associada a armazenamento refrigerado em temperaturas de 2 a 5±1 °C e umidade relativa de 70 a 95 ± 2 % implicou em maior vida de prateleira. Os trabalhos são predominantemente voltados para o uso de ozônio gasoso, com ênfase na inativação de microrganismos e aumento de vida de prateleira. Os estudos indicaram que o ozônio é eficiente no controle de fungos e bactérias, com inexpressivas alterações nos atributos sensoriais. Concluiu-se que apesar de haverem diferentes estudos sobre aplicação de ozônio em frutas e seus subprodutos, para muitas espécies essa técnica ainda é pouco difundida e/ou estudada. |