Resumo |
As redes sociais têm sido um dos meios mais utilizados para a difusão da ciência na comunidade acadêmica e não acadêmica. Conteúdos que antes eram publicados apenas em revistas científicas com acesso restrito, hoje alcançam a população por meio de páginas e perfis de divulgação disponíveis na internet. Essa utilização foi potencializada ainda mais, dadas as circunstâncias da pandemia de Covid-19, onde a urgência de compreender e fazer ciência se tornou ainda mais evidente. Este trabalho tem por objetivo retratar os desafios enfrentados pela Rede de pesquisa Terra-Água em divulgar seus projetos e produtos de uma forma acessível para a comunidade não acadêmica, utilizando a rede social Instagram. A Rede Terra-água surgiu em 2016, com o intuito de promover a integração de diferentes pesquisadores que atuam com objetos de pesquisa comuns e que abordassem, sob diferentes óticas, os impactos e medidas de restauração da mata ciliar e ambiente aquático da bacia do rio Doce, que foi seriamente afetada pelo colapso da barragem de mineração de ferro da SAMARCO, em Mariana (MG). Ademais, pretendemos realizar o intercâmbio de conhecimentos com toda a sociedade, incluindo comunidades diretamente atingidas pelo derramamento de rejeitos no ambiente. A criação de mídias sociais do grupo de pesquisa foi motivada pela possibilidade da rápida comunicação e transmissão de informações acerca do desastre. A página do Instagram da Rede Terra-Água foi criada em 2018 e desde então surgiram inúmeros desafios para a realização de uma comunicação científica precisa e ao mesmo tempo acessível aos vários públicos aos quais a informação seria veiculada. A falta de constância na criação e divulgação de conteúdo não permitiu que, naquela época, houvesse crescimento expressivo dos seguidores do perfil. Em 2020 foi criado o Grupo de Propagação de Conhecimento Científico (GPCC), constituído por alunos de graduação e pós-graduação. O grupo retomou as atividades de divulgação científica nas mídias sociais da Rede, com ênfase no Instagram. Estabelecemos uma identidade visual e novos conteúdos passaram a ser produzidos, de modo a dar continuidade à comunicação, de maneira ampla, dos esforços científicos que envolvem a recuperação da biota aquática e terrestre da bacia do rio Doce. Em 2020 a Rede contava com 20 seguidores, panorama indicativo de baixa efetividade de alcance de pessoas. Após as mudanças empreendidas e criação do GPCC, a expressividade do número de seguidores do perfil se tornou notável. Em julho de 2021, o Instagram da Rede Terra-Água contava com 206 seguidores, com alcance de 490 pessoas, apresentando um crescimento de 906% no período de 12 a 18 do mesmo mês. Até o momento identificamos como principal desafio de comunicação científica a possibilidade de acessibilidade por um público mais heterogêneo e com diferentes níveis de demanda pelo tipo de informação propagada pela Rede. |