Resumo |
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial da Saúde (OMS), em onze de março de 2020 declarou a pandemia de COVID-19 – doença causada pelo SARS-CoV-2. Dado o contexto epidemiológico, a grande contagiosidade e a alta taxa de contágio de um vírus novo, cujo tratamento era indisponível, tornou-se imprescindível a instituição de estratégias não-farmacológicas para a prevenção. Desde então, recomenda-se a adoção do isolamento e do distanciamento social, o uso de máscaras, a higiene e antissepsia das mãos, a etiqueta respiratória e a higiene de objetos e superfícies, constantemente. No âmbito dos serviços de saúde, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) se tornou essencial para a proteção dos profissionais, uma vez que são eles os que lidam diretamente com pessoas doentes. Segundo o Ministério da Saúde até o dia 1º de março/2021, 484.081 profissionais da saúde haviam sido infectados e contraíram a COVID-19. Sendo assim, destaca-se a importância do uso correto dos EPI desde sua colocação até a retirada, pois essa barreira protetora poderá impedir a transmissão de patógenos e garantir maior segurança à saúde dos trabalhadores. OBJETIVO: Conhecer a percepção de estudantes e profissionais de saúde frente à utilização de um checklist na paramentação/desparamentação dos equipamentos de proteção individual. METODOLOGIA: Estudo qualitativo, realizado em Julho 2020. Os dados foram obtidos por meio de entrevista individual durante a etapa de validação clínica de um checklist para orientar os processos de paramentação e desparamentação dos EPI com 37 profissionais de saúde e 20 estudantes dos cursos de medicina e enfermagem de uma Universidade Federal de Minas Gerais. Utilizou-se a análise de conteúdo. Respeitados os aspectos éticos para pesquisa com seres humanos. RESULTADOS: Emergiram duas categorias: Percepção do uso do Checklist; Orientação verbal e supervisão para a prevenção de infecção. Na percepção dos participantes, o checklist se mostrou aplicável e efetivo para uso no cotidiano dos serviços de saúde. O instrumento foi relacionado à redução de erros durante os processos de colocação e sobretudo retirada dos EPIs, momento que os participantes tinham mais dificuldade para realizar e ficavam mais susceptíveis a se auto infectarem. Os participantes ressaltaram que se sentiram mais seguros e calmos com a utilização do checklist associada à orientação verbal e supervisão por outro profissional, e a orientação e supervisão foi uma real contribuição para a prevenção de sua contaminação. CONCLUSÃO: Evidenciaram-se efeitos positivos no uso do cheklist como instrumento norteador para a implementação de práticas corretas e seguras na paramentação e desparamentação dos EPI. As orientações do checklist contribuem para a prevenção da aquisição da infecção e do adoecimento dos profissionais principalmente, aqueles expostos a patógenos infectocontagiosos, como o SARS-CoV-2. |