Resumo |
Introdução: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença progressiva que compromete a estrutura e a função pulmonar que resulta em dispneia e desconforto torácico. Os efeitos do treinamento resistido prévio na HAP são pouco conhecidos. Objetivos: Analisar os efeitos do treinamento resistido prévio, com ou sem continuidade, na morfologia pulmonar em ratos com HAP induzida por monocrotalina. Metodologia: Vinte e quatro ratos Wistar (Idade: 8 semanas) foram divididos aleatoriamente em 4 grupos de 6 animais: Sedentário controle (SC); Sedentário monocrotalina (SM); Treinado monocrotalina sem continuidade (TMSC); Treinado monocrotalina com continuidade (TMCC). Os animais dos grupos TMSC e TMCC foram submetidos ao treinamento resistido (escalada em escada vertical), que consistiu em 4 a 9 escaladas. Nas 4 primeiras escaladas os animais carregaram 50, 75, 90 e 100% do peso máximo carregado, respectivamente. Nas demais escaladas foram adicionadas 30g em cada uma. Após 8 semanas de treinamento resistido, os animais dos grupos SM, TMSC e TMCC receberam uma única injeção intraperitoneal de monocrotalina (60 mg/kg de peso corporal; Sigma-Adrich, EUA), enquanto o grupo SC recebeu o mesmo volume de solução salina. O grupo TMCC continuou o treinamento resistido por mais 6 semanas e o grupo TMSC interrompeu o treinamento resistido. Os animais do grupo SM sofreram eutanásia ao apresentarem sinais de falha cardíaca (~ 43 dias após injeção de monocrotalina). Os demais animais sofreram eutanásia nesta mesma época. Após a eutanásia, a tíbia e o pulmão direitos foram dissecados. A tíbia teve o comprimento medido e o pulmão foi pesado e fixado em solução Karnovysky. Posteriormente, cortes histológicos transversais do pulmão foram corados com hematoxilina e eosina, para a determinação de parâmetros estereológicos. Para comparar os dados da massa do pulmão e sua razão pelo comprimento da tíbia, utilizou-se ANOVA one-way, seguida de Tukey. Para os demais dados, utilizou-se Kruskal-Wallis, seguido de Dunn. Resultados: A HAP aumentou a massa do pulmão e sua razão pelo comprimento da tíbia (p < 0,05). O treinamento resistido prévio preveniu este aumento somente no grupo TMCC (p < 0,05). O grupo SM apresentou maior porcentagem de septo alveolar, de alvéolos colapsados e hemorrágicos e redução dos alvéolos pulmonares, em comparação ao grupo SC (p < 0,05). O treinamento resistido prévio não preveniu as alterações no septo alveolar e alvéolo colapsado em ambos os grupos treinados (p > 0,05). Todavia, o treinamento resistido prévio preveniu as alterações nos alvéolos pulmonares e hemorrágicos apenas no grupo TMCC (p < 0,05). O grupo TMSC apresentou maior porcentagem de alvéolos hemorrágicos e menor de vasos sanguíneos, em comparação ao grupo TMCC (p < 0,05). Conclusão: Concluiu-se que o treinamento resistido prévio previne, parcialmente, os efeitos deletérios da HAP na morfologia pulmonar, entretanto, a manutenção dos efeitos depende da continuidade do treinamento resistido. |