Resumo |
Introdução: Em dezembro de 2019, foi identificada na China uma síndrome respiratória aguda com potencial altamente infeccioso, causada pelo Novo Coronavírus. Em janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde declara surto de novos casos do vírus, evoluindo para pandemia de COVID-19 em março de 2020. A doença é potencialmente transmissível, não possui tratamento com eficácia comprovada, e a prevenção é a forma mais eficiente de controle da disseminação viral. Dessa forma, desde o primeiro momento, os profissionais da saúde estiveram envolvidos no processo de diagnóstico, tratamento, monitoramento e controle da doença, ficando expostos a todos os riscos inerentes à contaminação por Sars-Cov-2. Assim, estes profissionais foram submetidos a alto nível de estresse e ansiedade, gerando impacto negativo na saúde mental dessa população. Objetivo: Apresentar a análise de publicações sobre a prevalência da ansiedade em profissionais de saúde durante a pandemia por COVID-19. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura, cuja busca foi realizada durante o mês de julho de 2021, via Biblioteca Virtual da Saúde, utilizando os descritores “Ansiedade”, “Profissionais da Saúde” e “COVID-19”, associados pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos os artigos publicados no Brasil, nos últimos dois anos, que tinham como alvo a pesquisa da ansiedade em profissionais da saúde, e que estavam disponíveis para leitura na íntegra. Resultados: Ao todo, foram encontradas 20 publicações. Destas 15 foram excluídas após leitura do título e do resumo. Fizeram parte da amostra final 5 artigos, cuja análise permite inferir que o atual contexto pandêmico tem contribuído para a potencialidade do sofrimento psíquico entre os profissionais da saúde. Medo, ansiedade, depressão, estresse e angústia foram os principais sentimentos e alterações psíquicas identificados. A prevalência da ansiedade nas populações pesquisadas variou entre 20,1% a 70,8%, abrangendo os estágios leve, moderado e grave. Dentre os fatores desencadeantes, destacam-se o risco de infecção própria e contaminação de familiares/amigos, longas jornadas de trabalho, falta de Equipamentos de Proteção Individual, de medicamentos e de apoio das esferas políticas. Enfermeiros apresentaram-se mais ansiosos do que médicos, uma vez que a equipe de enfermagem se encontra exercendo o cuidado direto aos pacientes em maior tempo. Notou-se ainda que mulheres apresentam mais ansiedade do que homens. Conclusão: Evidencia-se o aumento da ansiedade em profissionais de saúde atuantes no período pandêmico pela COVID-19, tornando clara a necessidade de investimento em capacitações, suporte psicológico, melhora da estrutura de trabalho, além da valorização das equipes de saúde. Por fim, fortaleceu-se a importância das medidas preventivas como a melhor forma de controle da disseminação viral. |