Resumo |
Na educação, as oficinas pedagógicas representam uma excelente oportunidade de unir teoria e prática. O presente relato de experiência trata da aplicação dessa metodologia participativa no 3º ano do Ensino Médio da E. E. Alice Loureiro, com o intuito de aprofundamento no caráter não igualitário da Globalização, e na formação de uma Indústria Cultural. É a partir desse processo que o consumo e o capitalismo se apropriam da cultura como mercadoria, e os países mais desenvolvidos economicamente detêm o monopólio das informações que circulam no mundo, além de dispersar de forma mais intensa seus próprios valores, e provocar uma padronização de gostos e comportamentos. Inicialmente, nos guiamos pelas questões: A Industrialização da Cultura é um fator visível na vida dos discentes? Quais são as origens das músicas que eles escutam? Com o uso da Plataforma Rádio Garden, navegamos por todo o globo e ouvimos as principais rádios dos diversos países que compõem o sistema mundo. Nesse momento, os alunos tiveram contato com músicas de outras culturas e com o estranhamento causado ao comparar as diferenças com as influências que cotidianamente recebemos de culturas dominantes, que formam a padronização dos gostos. Além disso, houve a repetição do estrangeirismo hegemônico em rádios de países subdesenvolvidos, perdendo o espaço de propagação de sua própria arte. Nesse momento, nós nos inclinamos para o produto da oficina, utilizando a plataforma PADLET, local onde foi construído um mural em forma de mapa, denominado por nós de RÁDIO ALICE LOUREIRO. A inserção de material no PADLET foi pelo gosto musical individual de cada um, e trazendo o questionamento sobre os possíveis motivos que os fazem aderir ao estilo exposto. No mapa construído coletivamente ficou destacada a influência brasileira, europeia e estadunidense no cotidiano dos alunos. O resultado foi extremamente satisfatório, visto que a oficina articulou conceitos a partir de ações cotidianas tendo o aprendiz e sua realidade na centralidade da abordagem, guiada por situações apresentadas pelos discentes, com o produto e os saberes construídos em equipe. A insegurança inicial não foi um obstáculo. A metodologia reforça o incentivo a não memorização, mas sim assimilação real do conteúdo. A criatividade potencializa o aprendizado e, assim, o trabalho se encerrou com o desejo da continuidade dessa lógica de ensino. |