Resumo |
Introdução: O crescimento somático (peso e estatura) está relacionado à fatores ambientais e nutricionais, e com as mudanças sociais ocorridas no país, observa-se o aumento no acesso a alimentos pouco nutritivos. Esse cenário tem sido observado em diferentes contextos ambientais, como o urbano e rural. Adicionalmente, em decorrência de mudanças nos hábitos de vida, observa-se, na população infantil, o aumento no excesso de peso e uma diminuição das atividades físicas diárias. Salienta-se, ainda, que evidências indicam que práticas regulares de atividade física (AF) estão relacionadas a melhores índices de aptidão física e a prevenção de doenças. Diante disso, considerando o impacto deste cenário no desenvolvimento infantil, parece importante verificar a expressão dessas variáveis em contextos ambientais diferentes. Objetivo: Investigar as diferenças no crescimento somático, estado nutricional, AF e aptidão física relacionada à saúde de escolares, com idades entre 6-10 anos, de área urbana e rural da cidade de Viçosa. Metodologia: A amostra foi composta por 95 crianças (51 meninas), residentes na zona urbana ou rural de Viçosa-MG (49 e 46 crianças, respectivamente). Foram mensuradas as variáveis peso e altura, a partir das quais foi estimado o IMC, que posteriormente permitiu a classificação em baixo peso, normoponderal, sobrepeso e obeso; o nível de atividade física, através de pedômetros; e avaliadas componentes da aptidão física relacionada à saúde, a saber: aptidão cardiorrespiratória (corrida/caminhada de 6 minutos), flexibilidade (sit-and-reach) e força abdominal (Sit-Up), de membros superiores (Push-Up), inferiores (Salto Horizontal) e força manual. As análises foram realizadas no software SPSS 21, onde foram identificadas as frequências, a normalidade (Komolgorov-Smirnov) e realizado o teste de Mann-Whitney (significância de 5%). Resultados: O peso, estatura e IMC das crianças da zona urbana foram maiores em relação às crianças da zona rural (p<0,05). As informações do estado nutricional revelam que a frequência de crianças com baixo peso e normoponderal foi maior na zona rural (28,3% e 69,6%, respectivamente), enquanto o excesso de peso foi mais prevalente em crianças da zona urbana (sobrepeso: 26,5%; obeso: 6,10%). Quanto a AF, apenas uma baixa frequência de crianças atingiu o número de passos recomendados (urbano: 4,1%; rural: 4,3%) e não foram observadas diferenças significativas entre as áreas. Nos testes de flexibilidade (p<0,04), aptidão cardiorrespiratória (p<0,001) e salto horizontal (p<0,05), os resultados favoreceram as crianças da área rural; para os demais testes, não houveram diferenças significativas. Conclusão: Os resultados indicaram diferenças de peso, estatura e IMC entre crianças da zona rural e urbana, além de diferenças em componentes da aptidão física. O baixo nível de AF (nas duas áreas) requer atenção, uma vez que, a inatividade física potencializa o risco de desenvolvimento de comorbidades a curto e longo prazo. |