Resumo |
INTRODUÇÃO: Os jovens ao ingressarem em uma universidade passam por um período de transição. As mudanças acabam afetando os hábitos de vida, podendo aumentar o risco de desenvolvimento de doenças como a obesidade. A avaliação do excesso de peso e obesidade pode ser realizada através de vários instrumentos, dentre eles os antropométricos. Além destes, as medidas autorreferidas são utilizadas para identificar o estado nutricional, sendo comumente usados em estudos epidemiológicas. Dessa forma, verificar a concordância dessas medidas com parâmetros antropométricos já consolidados na literatura torna-se importante para utilização das medidas autorreferidas. OBJETIVO: Comparar o excesso de peso autorreferido em estudantes universitários com o excesso de peso identificado por medidas diretas como o índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e índice de adiposidade corporal (IAC). MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo do tipo transversal, com 886 universitários (22,16 DP 3,97) de uma instituição privada. A estatura e a massa corporal foram obtidas por questionário, de forma autorreferida, e por meio de medias diretas. A CC foi mensurada na menor circunferência e a medida do quadril no maior volume glúteo. Foram calculados o IMC e o IAC. Adotou-se como ponto de corte aqueles indicados pela Organização Mundial de Saúde. Utilizou-se a estatística descritiva sendo a diferença entre proporções analisada através do teste Qui-quadrado e foi adotado o nível de significância de 0,05. Os dados foram analisados no software Stata 13.1. RESULTADOS: A proporção de universitários com excesso de peso autorreferido, excesso de peso calculado, circunferência abdominal aumentada e excesso de gordura corporal foram, respectivamente de 32,05%; 32,28%; 16,48% e 26,52%. Os universitários apresentaram maior proporção de excesso de peso autorreferido (41,05% p<0,01), excesso de peso calculado (39,62% p<0,01) e excesso de percentual de gordura corporal (43,68% p<0,01), não sendo observada diferenças nas proporções de cintura aumentada entre os sexos (p=0,10). Daqueles universitários identificados com excesso de peso através das medidas autorreferidos, 85,92% apresentaram excesso de peso através do IMC calculado, 47,54% estavam com a cintura aumentada e 76,06% estavam com excesso de gordura corporal. CONCLUSÃO: O excesso de peso autorreferido apresentou uma boa concordância percentual com as medidas diretas, o que indica que essa medida pode ser utiliza nessa população. Sugere-se novos estudos com analises mais consistentes para confirmar a utilização do excesso de peso autorreferido como instrumento de avaliação do estado nutricional. |