Resumo |
A enxertia aliada à aplicação de estimulantes de florescimento tem sido amplamente utilizada em espécies perenes devido antecipar a fase reprodutiva dos indivíduos. O objetivo foi avaliar a eficiência da técnica de enxertia na propagação vegetativa de duas espécies arbóreas nativas do Brasil, visando à formação de pomar indoor e outdoor para futuros programas de hibridação. As mudas de Jacaranda mimosifolia e Hymenaea courbaril foram enxertadas em janeiro de 2018. A pesquisa foi conduzida no Viveiro de Pesquisas do Departamento de Engenharia Florestal/UFV. Aos 50 e 90 dias pós-enxertia avaliou-se a sobrevivência, comprimento e circunferência das brotações e número de brotações por enxerto. Os dados foram submetidos às análises de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey (P≤0,05). Diferenças significativas foram observadas para a sobrevivência dos enxertos das espécies aos 50 e 90 dias pós-enxertia, sendo significativamente maior para J. mimosifolia quando comparado ao H. courbaril, com 82,5% e 7,5% respectivamente. O comprimento das brotações aos 50 dias pós-enxertia não variou significativamente entre as espécies, obtendo resultados entre 9,5 cm para o J. mimosifolia e 10 cm para o H. courbaril. Aos 90 dias pós-enxertia, o comprimento das brotações variou entre 9,5 cm (J. mimosifolia) e 22 cm (H. courbaril) com superioridade significativa para os enxertos de H. courbaril. A circunferência das brotações variou entre 0,5 cm (J. mimosifolia) e 0,3 cm (H. courbaril) aos 50 dias e entre 0,58 cm (J. mimosifolia) e 0,37 cm (H. courbaril) aos 90 dias, com circunferência notoriamente maior para os enxertos de J. mimosifolia. A quantidade de brotações dos enxertos aos 50 e 90 dias pós-enxertia não obteve grandes variações, sendo o J. mimosifolia, mantendo sua média em torno de 2 brotos, e o H. courbaril com média de 1 a 2 dois brotos. Os resultados indicam que os processos de adesão entre enxerto e porta-enxerto, formação de calos, estabelecimento de novo tecido vascular e formação de um sistema vascular funcional, foram bem sucedidos e que as diferenças presentes podem ser devido à constituição genética intrínseca a cada espécie. Podemos concluir que a propagação vegetativa das duas espécies arbóreas via enxertia é eficiente e, possui boas perspectivas para o resgate de genótipos selecionados para formação de pomares indoor e/ou outdoor. |