Resumo |
A soja é uma cultura de destaque no cenário mundial. Desse modo, com as mudanças climáticas e as perdas devido a redução das chuvas, o estudo do déficit hídrico na cultura soja tem sido frequente. Esta cultura apresenta sensibilidade a esse tipo de estresse, principalmente na germinação e início da fase vegetativa. Nesse sentido, objetivou-se analisar o efeito do déficit hídrico sobre a germinação e caracteres morfológicos da cultivar CD 208 RR. Para tanto, o experimento foi conduzido em bandejas contendo areia umedecida sob o delineamento em blocos casualizados (4 blocos) e submetido a três níveis de disponibilidade hídrica: condição controle, condição estresse I (-0.2 MPa) e condição estresse II (-0.4 MPa). Na condição controle, utilizou-se apenas água para umedecer a areia. Já para as condições estresse I e II foi utilizada uma solução de polietilenoglicol (PEG 6000), perfazendo os respectivos potenciais osmóticos. No momento do plantio, as bandejas foram pesadas e, durante o experimento tiveram seu volume completado duas vezes ao dia (10 e 16 horas) visando a manutenção do potencial hídrico. Para isso, 15 dias após o plantio foi realizada a avaliação com a bomba de pressão (Scholander). Aos 20 dias após o plantio, as plantas foram retiradas, sendo analisadas as seguintes variáveis: porcentagem de germinação, diâmetro do hipocótilo, altura da planta, número de folhas, comprimento da raiz, massa seca da parte aérea e massa seca da raiz. Os dados foram submetidos a uma análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). Verificou-se que o déficit hídrico não causou variação relevante no diâmetro do hipocótilo. Entretanto, para as variáveis germinação, altura da planta, comprimento da raiz e número de folhas observou-se diferenças estatísticas ao comparar os três regimes hídricos. A porcentagem de germinação média na condição controle, foi 97,5%, ao passo que na condição estresse II foi 47,5%. De modo geral, nas condições estresses, verificou-se plantas menores, raízes menos profundas e um menor número de folhas devido, principalmente, à diminuição da disponibilidade hídrica. A variável altura da planta, por exemplo, apresentou média de 12.43 cm, na condição controle e médias de 7.68 e 5.10 cm nas condições estresse I e II, respectivamente. Ademais, com relação às massas, tanto da parte aérea quanto da raiz, nos dois níveis de déficit hídrico os resultados foram semelhantes entre si, diferindo entretanto da condição controle, a qual apresentou maiores valores médios. Conclui-se que o déficit hídrico afeta o desenvolvimento e germinação da cultivar CD 208 RR. |