Resumo |
O alho (Allium sativum) é um condimento de extrema importância para culinária brasileira, tendo um consumo médio por habitante de 1,5 Kg por ano. Seu cultivo é extremamente oneroso ao produtor devido os processos manuais, as exigências nutricionais e às diversas pragas e doenças que o atacam. Dentre essas pragas, a principal é a tripes (Thrips tabaci), sobre a qual não existe controle químico eficaz. Como alternativa do Manejo Integrado de Pragas (MIP), procura-se utilizar de controle biológico para controlá-lo. O inseto bicho lixeiro (Chrysoperla externa) é um dos principais inimigos naturais que existem, já sendo usados no controle de bicho mineiro (Leucoptera cofflella), pulgão verde dos cereais (Schizaphis graminum), mosca branca (Bemisia sp.), entre vários outros. O presente experimento tem como objetivo testar a efetividade do bicho lixeiro no controle biológico do tripes na cultura do alho e medir a capacidade predatória de C. externa, sendo divido em duas partes: uma parte em laboratório e a outra em condições de campo. Em laboratório, foram colocados em contato diferentes quantidades de T. tabaci e C. externa e contados, após 24h, o número de T. tabaci predados. Utilizamos como tratamentos os diferentes números de tripes, sendo eles 5, 10, 20, 30, 40 e 50 com 5 repetições cada tratamento. Esboçando um gráfico de resposta funcional, obtivemos um gráfico de tipo II, onde há uma saciedade por parte do predador quando chega em determinado número, independente de quantos insetos ali haviam. O número médio encontrado que saciou o bicho lixeiro foi de 37 tripes. Munidos destes dados, partimos para a parte de campo, onde em 100 pontos por hectare, avaliamos o número de tripes, ovos e larvas de bicho lixeiro ali presentes, de forma natural, em épocas distintas. Foi possível observar que a população natural de C. externa não é capaz de reduzir a população de T. tabaci. Isso se dá, possivelmente, devido à dificuldade do contato entre os dois insetos, uma vez que T. tabaci se aloja na bainha do alho, tornando difícil o acesso do predador. Desta forma, concluímos que mais experimentos são necessários para afirmar com exatidão a eficácia ou não do controle biológico. Para isso, deve se liberar C. externa em meio a cultura do alho e realizar avaliações periódicas a fim de verificar se houve diminuição da praga. |