Resumo |
O Manejo Florestal Sustentável apresenta-se como uma atividade importante visando equilibrar a questão ecológica, econômica e social para a utilização dos recursos florestais de forma eficiente. O desafio é adaptar e desenvolver métodos de controle, intensidade e ciclo de corte aplicáveis à floresta, uma vez que as espécies apresentam crescimento e ciclos distintos, necessitando maior ou menor tempo para realizar nova exploração. Assim, é interessante aperfeiçoar os modelos de produção, como a formalização de grupos de espécies com características de crescimento similares, favoráveis a gerar prognoses mais acuradas. Desse modo, o objetivo do presente trabalho foi obter o Incremento Médio Anual de dez espécies de interesse comercial na Amazônia brasileira, e agrupá-las de acordo com seu crescimento. Os dados foram provenientes de inventário florestal contínuo realizado em 4 áreas de floresta Amazônica no estado do Acre (Embrapa Acre, Floresta Estadual do Antimary, Iracema II e Projeto de Colonização Pedro Peixoto), entre os anos de 1991 a 2018. A análise de agrupamento foi empregada utilizando-se os softwares R e Microsoft Excel, com base no Incremento Periódico Anual Médio em diâmetro (IPAdap) e em volume (IPAv) para cada espécie. Os métodos de ligação completo, média, simples e Ward foram as técnicas hierárquicas aglomerativas testadas, e adotou-se o de maior coeficiente de correlação (método de ligação média – 0,7790) para agrupar as espécies semelhantes em Incremento, resultantes do dendrograma. Observou-se a formação de três grupos: Grupo 1 (Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.Grose); Grupo 2 (Amburana acreana (Ducke) A.C.Sm, Couratari macrosperma A.C.Sm., Ceiba pentandra (L.) Gaertn., Hymenaea courbaril L., Manilkara bidentata subsp. surinamensis (miq.) T.D.Penn.); e Grupo 3 (Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr., Cedrela odorata L., Dipteryx odorata (aubl.) Wild., Schizolobium amazonicum Hub.). O Grupo 1, composto por apenas uma espécie da família Bignoneaceae, obteve o menor Incremento diamétrico ao longo do tempo (0,3312 cm/ano); seguido pelo Grupo 2, de Incremento mediano (0,5015 ± 0,039 cm/ano), com maior número de espécies, distintas em 4 famílias (Fabaceae, Lecythidaceae, Bombaceae e Sapotaceae); e o Grupo 3, de Incremento mais alto (0,7412 ± 0,083 cm/ano), no qual destacou-se a família Fabaceae com 3 espécies. Verifica-se, portanto, que a análise de agrupamento, quando utilizada em modelos de prognose, promove estimativas mais precisas se comparada às estimativas geradas para toda a floresta, demonstrando os padrões de crescimento por grupo de espécie. Desta maneira, auxilia o gestor na tomada de decisão de quais espécies de interesse comercial podem ser melhor utilizadas para determinado fim, além de gerar insumos para o desenvolvimento de resultados superiores de incremento ao longo dos anos. |