Resumo |
Em 2015 ocorreu no Brasil um dos seus piores desastres ambientais do país, o rompimento da barragem de “Fundão”, deixando diversos danos à biodiversidade, que incluem a mortandade de toneladas de peixes, alteração da geomorfologia do rio Doce e destruição de grandes porções de mata ciliar. A Bacia Hidrográfica do rio Doce possui uma extensão total de 853 Km e uma área de drenagem de 83.431 Km² , sendo uma das drenagens mais comprometidas em termos de impactos antrópicos, incluindo assoreamento, poluição, regularização do fluxo da água por barragens e a introdução de espécies exóticas. Apesar da intensificação de projetos pós-rompimento, ainda há um déficit de informações a respeito da composição da ictiofauna da bacia, assim o objetivo geral deste projeto foi a editoração do catálogo da ictiofauna do rio Doce contendo informações relevantes para a comunidade científica e população local afetada pelo rompimento da barragem. Para a construção deste catálogo foi realizado um levantamento das espécies já diagnosticadas na bacia, comparando a literatura e as coletas feitas em diversos pontos na calha principal do alto e médio rio Doce e em alguns de seus principais afluentes feitas pelo laboratório Beagle/UFV, e assim possibilitando a organização das espécies a serem descritas. Posteriormente realizamos o levantamento bibliográfico sobre as espécies para assim realizar a escrita dos textos descritivos contendo classificação taxonômica dos peixes, nomes populares, nome científico, distribuição geográfica, caracteres morfológicos de identificação, estado de preservação e possíveis informações sobre a ecologia, acompanhados de uma foto provisória da espécie. Com a conclusão da etapa de escrita foi dado início a etapa de edição das fotos, registradas em campo, mantendo uma padronização que facilitaria o uso do catálogo nas identificações destas espécies por qualquer pessoa. Até o presente momento, consultamos cerca de 294 fontes bibliográficas, as quais reúnem informações sobre 72 espécies listadas. Ao final deste estudo, esperamos suprir as lacunas do conhecimento da diversidade de peixes e contribuir com uma ferramenta prática para o reconhecimento das espécies de peixe no campo (seja por pesquisadores, pescadores ou população ribeirinha), a fim de ampliar o conhecimento e conscientização da população sobre a preservação das espécies nativas, ameaçadas e endêmicas. |