Resumo |
O grau de excelência do carvão vegetal para a siderurgia é determinado por diversos índices de qualidade, os quais são extensivamente influenciados pelas variáveis do processo produtivo e pela qualidade da madeira que lhe deu origem. Dentre estes índices, destacam-se a densidade energética do carvão e o rendimento volumétrico em carbono fixo, pois eles afetam a produtividade dos altos fornos, custos de transporte e armazenamento, geração de finos, dentre outros fatores. Logo, quando se estuda genótipos de diferentes materiais genéticos para produção de carvão, a densidade da madeira torna-se uma excelente propriedade para a seleção dos mesmos, além de ser de fácil mensuração e de baixo custo. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a densidade básica de clones de Eucalyptus e Corymbia e sua influência na densidade energética e no rendimento volumétrico em carbono fixo do carvão vegetal. Foram avaliados 6 clones, com 5 árvores cada. De cada árvore, foram retirados seis discos de 5 cm de espessura, correspondentes a 0%, DAP, 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial do tronco. Dos discos, foram obtidas duas cunhas opostas, passando pela medula, para determinar a densidade básica. Com o restante de cada disco, obteve-se amostra composta por todas as alturas, a qual foi seccionada, seca em estufa e posteriormente carbonizada em forno mufla. Para a determinação da densidade energética, determinou-se a densidade aparente e o poder calorífico superior do carvão vegetal. O rendimento volumétrico em carbono fixo foi obtido a partir da densidade aparente e do carbono fixo obtido por meio da composição química imediata. Utilizou-se uma curva de regressão linear para avaliar a dependência da densidade energética do carvão em relação a densidade básica da madeira, bem como do rendimento volumétrico em carbono fixo. Observou-se que a densidade básica da madeira influenciou positivamente na densidade energética e no rendimento volumétrico em carbono fixo do carvão produzido, com os respectivos coeficientes de correlação 0,75 e 0,79. Dentre os clones avaliados o que obteve os maiores valores médios de densidade energética e rendimento volumétrico em carbono fixo foi o de Eucalyptus cloeziana. Conclui-se que este clone possui maior potencial para a produção de carvão vegetal e que clones com maior densidade básica da madeira originam carvões com maiores densidades energéticas e maiores rendimentos volumétricos em carbono fixo. |