Resumo |
Com o aumento das discussões voltadas as mudanças climáticas, órgãos ambientais internacionais e nacionais vem investindo em pesquisas para melhor entendimentos dos fenômenos. Uma das pesquisas é relacionada ao teor de carbono que as árvores podem estocar em sua biomassa, amenizando as taxas de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera. Índices para a correlação de biomassa das árvores e carbono estocado existem, mas são pouco estudados e muitas vezes a nível global. Dessa forma não se sabe muito sobre a real capacidade de estocagem das árvores. No presente estudo objetivou-se avaliar o teor de carbono de espécies florestais comerciais em uma floresta manejada da Amazônia. A pesquisa foi realizada na Fazenda Antimary I e II (9°23’43’’S e 67°58’50’’ W), localizada no município de Porto Acre, Acre, Brasil, onde é praticado o manejo florestal sustentável. Com base no inventário 100%, foram selecionadas e abatidas, árvores das 19 espécies com maior Índice de Valor de Importância. Foram retiradas amostras de madeira em campo e levadas para o laboratório. As amostras foram moídas e peneiradas, sendo utilizada a fração que passou pela peneira 200 mesh e ficou retida na de 270 mesh. Amostras de 2 mg foram acondicionadas em cápsulas de estanho e completamente incineradas a 1.200°C em um analisador universal da marca Elementar, modelo Vario Micro Cube. O teor de carbono foi obtido pelo somatório dos elementos e subtraindo o teor de cinzas. Das 19 espécies avaliadas as com maior e menor teor de carbono foram respectivamente: Astronium lecointei Ducke (52,0%) e Ceiba pentandra (L,) Gaertn. (46,6%). A média para o teor de carbono foi 50,4% com uma variação de 2,0594%. Segundo o Painel Intergovenamental sobre Mudanças Climáticas espécies arbóreas e herbáceas apresentam teor de carbono em torno de 47% de sua biomassa. Apenas a espécie C. pentandra apresentou valor inferior a 47%. O valor médio encontrado no estudo (50,4%) é maior em 7,2% ao valor de referência do IPCC. Assim, o potencial de estocagem de carbono da floresta amazônica, pela sua extensão, pode estar sendo subestimado ao utilizar fator generalista. Conclui-se que a utilização de fatores regionais é muito importante para obtenção de estimativas mais precisas do estoque de carbono da floresta amazônica de forma a se obter a sua real contribuição para a minimização das mudanças climáticas. |