Resumo |
O cenário pandêmico advindo da dispersão do SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2) tornou obrigatória a adoção do distanciamento social nos mais distintos ambientes, públicos ou privados, nos quais se encontram as unidades de ensino. Em atendimento às normativas de distanciamento social, foi decretado no dia 15 de março de 2020 estado de emergência em saúde pública com subsequente autorização da suspensão das aulas nas redes municipais e particulares no município de Viçosa (MG). Acredita-se que esse cenário pode promover a ampliação das desigualdades educacionais do país, visto que para um ensino remoto eficiente, ainda é preciso enfrentar dificuldades como: acesso à internet, falta de equipamentos além de alternativas necessárias para a sua consolidação. Aliado a isso, é preciso trazer a questão da alimentação escolar, que representa, em muitos casos, a principal fonte nutricional diária de crianças em muitas localidades do país, e sua ausência coloca em risco a segurança alimentar dos quase 40 milhões de jovens matriculados na rede pública na educação básica. Com esses indicadores, junto à dificuldade de alocação de estudantes com boas condições de deslocamento e conforto, o Engenharia Pública, projeto de extensão da Universidade Federal de Viçosa, que abrange os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, objetiva fornecer à rede municipal de Viçosa estudo da estrutura física e espacial e documentação arquitetônica por meio de pranchas em DWG e arquivos em PDF, além de dados quantitativos de alunos, através de planilhas das 19 escolas que compõem a rede municipal, a fim de proporcionar o retorno seguro dos estudantes no ensino básico, visando as medidas de controle e distanciamento provenientes do cenário de pandemia. Dessa forma, com apoio da Secretaria de Educação de Viçosa, foi realizada a coleta de dados das escolas e enumeração das necessidades, com posterior levantamento arquitetônico para confecção As Built das plantas e reestruturação do layout das salas com a realocação de carteiras com distanciamento mínimo de dois metros entre elas. Com a adoção desse novo espaçamento entre as carteiras observou-se que, dentre as 10 unidades escolares analisadas até a data de 26/08/2020, houve uma redução média de 67% no percentual de alunos por sala de aula, o que corresponde a uma redução de 818 alunos, gerando um possível problema para a administração pública, uma vez que serão necessárias soluções alternativas para alocação desses estudantes. Por fim, o projeto além de proporcionar o estudo de adequação das escolas ao cenário da pandemia, vem para suprir uma ausência de dados por parte da Secretaria de Educação, por meio de documentação que permita um diagnóstico adequado para se trabalhar com as necessidades atuais e futuras, e alertar para o cumprimento das normas de habitação em edificações escolares. |