“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 14248

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde - Campus Florestal
Bolsa PET
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Vinicius Silva Nicolau
Orientador LEONARDO ESTEVES LOPES
Título Taxas de predação em ninhos de Sporophila lineola (Aves: Thraupidae) não são afetadas pela ocultação do ninho e por condições climáticas.
Resumo A predação é uma das principais causas de falha reprodutiva em aves, especialmente em espécies altriciais, pois elas criam seus filhotes em um local estacionário. Muitos tipos de predadores dependem de pistas visuais e, portanto, ninhos que estão ocultos pela vegetação devem ter uma probabilidade menor de serem predados (hipótese de ocultação do ninho). Além disso, as condições meteorológicas prevalentes (tais como chuva, altas temperaturas e vento) influenciam as taxas de predação, pois podem realçar ou atenuar pistas químicas, visuais, olfativas e auditivas no ambiente. A direção constante e a baixa velocidade do vento, por exemplo, podem permitir a concentração de odores liberados pela presa na atmosfera, facilitando a detecção por possíveis predadores. Altas temperaturas, entretanto, podem dispersar odores transportados pelo ar, fazendo-os evaporar mais rapidamente e, consequentemente, diminuir a chance de detecção. Além disso, fortes precipitações não são favoráveis para a detecção olfativa, porque a chuva dissipa odores suspensos na coluna de ar e lava as moléculas de cheiro deixadas na vegetação. No entanto, a alta umidade do ar e do solo são condições ideais para a permanência de cheiros na atmosfera, o que poderia ocasionar uma elevação das taxas de predação um dia após a precipitação. Por fim, o vento pode provocar barulhos que mascaram pistas auditivas, o que poderia impedir predadores de perceberem a presa e vice-versa. Para investigar o papel da ocultação e do clima na predação de ninhos de aves, conduzimos uma série de observações durante a estação reprodutiva (2019-2020) do bigodinho (Sporophila lineola), um pequeno passeriforme migratório que se reproduz durante o verão no sudeste do Brasil. Os ninhos foram checados em dias alternados e seu conteúdo registrado. Para medir a ocultação, tiramos fotos de cada ninho (n = 21) a um metro de distância, nos quatro pontos cardeais. Em seguida, apresentamos as imagens, em ordem aleatória, a cinco observadores diferentes que classificaram o nível de ocultação de zero (totalmente exposto) a cinco (totalmente coberto). A pontuação mediana de ocultação dos ninhos estudados foi de 5 ± 1,5. Utilizamos a média diária dos dados climáticos adquiridos na estação meteorológica presente na área de estudos. Usamos a regressão logística para testar a influência da ocultação, precipitação, temperatura e velocidade do vento na probabilidade diária de predação. No geral, 15 ninhos foram predados e 6 obtiveram sucesso. Nossos resultados sugerem que as condições climáticas e a ocultação do ninho não predizem a probabilidade de predação (p> 0,05). Isso seria possível se a comunidade de predadores fosse diversa e não especializada, o que significaria que a descoberta do ninho ocorre por acaso, caracterizando a predação como um evento oportunístico.
Palavras-chave Predação de ninhos, aves tropicais, clima.
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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