Resumo |
A intensificação dos sistemas produtivos de criação de peixes permite aumentar a produtividade, porém, a maior intensidade de manejos de classificação pode desencadear respostas de estresse e reduzir o consumo de ração, o crescimento e a atividade do sistema imune. Além disso, a exposição ao ar pode causar estresse oxidativo e danos em lipídeos, proteínas e DNA e levar à morte celular. A utilização de aditivos em dietas para peixes pode prevenir ou atenuar esses danos. Portanto, objetivamos avaliar o potencial de hidrolisado proteico de fígado de aves (HP) como aditivo para tilápia do Nilo. Foi utilizado delineamento em blocos casualizados, onde foram avaliadas quatro dietas formuladas a base de ingredientes vegetais, suplementadas com níveis crescentes de HP (0, 1, 2 e 4%), com seis repetições para cada tratamento. Os peixes foram mantidos em aquários contendo 60L de água, em sistema de recirculação, dotados de aeração, filtros mecânico, biológico e ultravioleta, temperatura controlada (27°C), em densidade de estocagem de 18 peixes/aquário. Após 45 dias de experimento, os peixes foram contados e pesados para o cálculo das variáveis de desempenho produtivo: taxa de sobrevivência, ganho de peso, consumo de ração aparente, eficiência alimentar aparente, taxa de crescimento específico e taxa de eficiência proteica. Para avaliação dos índices corporais: rendimento da carcaça e índice hepatossomático, e das variáveis metabólicas sanguíneas: glicose, triglicerídeos e colesterol, os peixes foram eutanasiados por excesso de anestésico (400mg de óleo de cravo/L de água). Para avaliar a eficiência de retenção proteica (ERP), foi avaliado o teor de matéria seca e proteína total da carcaça. Cinco peixes de uma repetição de cada tratamento foram submetidos ao desafio por exposição ao ar por cinco minutos e retornaram aos aquários por 30 minutos. Em seguida, foram eutanasiados para coleta de brânquias para avaliar o status oxidativo por meio das variáveis: peróxido de hidrogênio (H2O2), óxido nítrico (NO), malondialdeído (MDA), proteínas carboniladas (PC) e a atividade das enzimas antioxidantes superóxido desmutade (SOD), catalase (CAT), glutationa-S-transferase (GST). Para avaliar as respostas de estresse após exposição ao ar, foram mensurados a glicose e o lactato sanguíneos. Não foi observado efeito do HP para as variáveis de desempenho produtivo, índices corporais e respostas de estresse. Houve efeito linear decrescente do HP para proteínas carboniladas e quadrático para as enzimas SOD e CAT, com valores estimados de hidrolisado que maximizam a atividade das enzimas em 2,46% e 2,6% respectivamente. Concluímos que o hidrolisado proteico não melhorou o desempenho produtivo dos peixes, mas que a nível 4% protege os peixes contra danos oxidativos quando expostos ao ar. Agências de Fomento: CNPQ e UFV |