“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 14225

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Bárbara Pessanha Poggian
Orientador GABRIELA DA SILVA PIRES
Título Uma Abordagem Sociocognitiva da Construção Gramatical “Quem Mandou X?”
Resumo Este trabalho visa estudar a construção “Quem Mandou X?” enquanto Construção Gramatical de Repreensão da Língua Portuguesa, instanciada em ocorrências como “Quem mandou ser honesto?”. Como guias para a discussão dos resultados obtidos em nossos procedimentos metodológicos, foram utilizados os pressupostos teóricos de Ferrari (2011), Martelotta & Palomanes (2017) a respeito da Linguística Cognitiva e Pinheiro (2016), a respeito do pareamento de forma e significado nomeado Gramática de Construções. Como objetivos, pretendemos legitimar a construção, bem como levantar considerações a respeito da estrutura, aprofundar e detalhar a configuração gramatical, incluindo tipos de verbos e alvos da repreensão a partir dos dados coletados para a averiguação de prováveis esquemas cognitivos e interpretações. Para a coleta dos dados a serem analisados foi feita uma busca através da ferramenta de busca avançada do Google com a expressão "Quem Mandou" em três grandes domínios da internet, que contêm grande volume de publicações diárias e de temáticas: abril.com, blogspot.com.br e uol.com.br. Foram selecionados os 50 primeiros resultados de cada um deles, totalizando 150 resultados, que foram classificados entre Repreensão, Afirmação e Verificação. A categoria Repreensão, com 33 resultados, foi selecionada para análise. Como resultados, observamos grande uso da construção gramatical nos domínios informais, uol.com.br e blogspot.com.br e menor no domínio de jornalismo formal, abril.com. Foi observada também uma relação entre os alvos da repreensão e os tipos de verbos empregados, o que demonstrou padrões como o fato de o próprio enunciador sempre repreender a si mesmo por características que possui por meio do uso de verbos estativos; e entidades serem repreendidas por ações que tomaram, através do emprego de verbos acionais. Também foi observado que as repreensões mais comuns são dirigidas a interlocutores próximos ou genéricos e a figuras públicas. A expressão “Quem Mandou X?” foi discutida de acordo com os pressupostos teóricos para ser legitimada como uma construção gramatical da língua portuguesa. A análise do emprego ou não do ponto de interrogação levou ao levantamento de hipóteses a respeito da mudança de esquema cognitivo ativados pelos falantes devido ao uso. Nossas conclusões legitimam “Quem Mandou X?” enquanto uma construção gramatical e relatam a possível mudança de esquema cognitivo através da observação dos alvos e tipo de verbos envolvidos na repreensão e do uso do ponto de interrogação. As contribuições, em estágio inicial, pretendem auxiliar a compreensão de uma inovação na língua portuguesa e auxiliar professores de língua portuguesa como língua materna ou estrangeira na compreensão dos sentidos da construção gramatical, além de observar como ocorre o processo de variação linguística.
Palavras-chave Linguistica Cognitiva, "Quem Mandou X", Gramática de Construções.
Forma de apresentação..... Painel
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