Outros membros |
Ana Caroline Moreira, Emily de Souza Ferreira, Hugo Barcelos de Matos, Jessica Batista dos Santos, Laylla Meireles de Souza, Renata Oliveira Caetano, Rodolfo Gonçalves de Melo, Sarah dos Santos Climaco |
Resumo |
INTRODUÇÃO: As mulheres constituem hoje, maioria nos cursos de graduação e de pós-graduação, resultado de diversos movimentos feministas, os quais visam a ampliação dos direitos sociais da mulher. Entretanto, assim como acontece no mercado de trabalho, a inserção da mulher na universidade não implica na redução das suas responsabilidades domésticas ou cuidado com os filhos. A divisão sexual do trabalho ainda se mostra presente nas relações de gênero e ao feminino é atribuído o papel de principal responsável pelos filhos. Assim, é fundamental discutir sobre a maternidade no contexto acadêmico, visto o intenso processo de reconstrução de significados com a chegada da maternidade, em um ambiente historicamente androcêntrico. OBJETIVOS: relatar a experiência de realização de uma roda de conversa com mães universitárias da Universidade Federal de Viçosa promovida pela Liga Acadêmica de Saúde Coletiva (LASAC-UFV). DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES: A atividade foi realizada em 2019 no campus Viçosa da UFV. A proposta foi convidar mulheres que vivenciam a maternidade dentro da universidade para compartilhar experiências, sentimentos e desafios de ser mãe e acadêmica. A fim de proporcionar um momento sem preocupação constante com os filhos, houve um espaço para crianças com atividades lúdicas e educacionais. O evento deu início com a palestra de uma mestranda em educação da UFV e mãe, no qual foram discutidos como os papéis de gênero, impostos pela sociedade, direcionam a mulher para dedicação exclusiva à maternidade em detrimento do estudo e busca pela profissionalização. Em seguida foi realizado uma dinâmica no qual cada participante escreveu um ponto positivo e um ponto negativo sobre ser mãe universitária. RESULTADOS ALCANÇADOS: Por meio do compartilhamento das vivências, ficou evidente a importância de se repensar o espaço universitário, reconhecendo o lugar da mulher e mãe e suas demandas, pois a falta de políticas e estratégias de apoio, influencia diretamente o progresso acadêmico e permanência destas mulheres na universidade. Foram relatadas inúmeras dificuldades em conciliar a maternidade com as demandas acadêmicas, ademais, já que muitas mães não tem com quem deixar os filhos, acabam preferindo estudar em cursos noturnos. A atividade gerou momentos de aprendizado e questionamentos valiosos, sendo que a mães se sentiram acolhidas e demonstraram interesse em realizar outras reuniões. Como resultado, foi levantado a possibilidade de estruturação de um grupo operativo organizado pela LASAC-UFV para trabalhar as demandas apresentadas. CONCLUSÕES: Ainda que homens e mulheres compartilhem o espaço acadêmico eles realizam percursos educacionais diferenciados, com saídas e trajetórias ocupacionais distintas. A roda de conversa mostrou que proporcionar ambientes de diálogo é fundamental para conhecer uma realidade que muitas vezes não é vista ou pensada pela comunidade acadêmica, criando caminhos para geração de ideias que buscam transformação e equidade. |