Resumo |
O Brasil se destaca por produzir grande variedade de produtos oriundos de suas florestas plantadas, principalmente, dos gêneros de Eucalyptus e Pinus. Sua alta produtividade é garantida por constantes investimentos nos programas de melhoramento genético e manejo sustentável. O melhoramento florestal, através do cruzamento de genótipos de interesse possibilita o desenvolvimento de novos matérias com diferentes tolerâncias. Através do método conhecido como Protoginia Artificialmente Induzida (PAI), estabelecida em 1996, esses cruzamentos são possíveis de forma segura. Ainda existem barreiras a serem vencidas, como a incompatibilidade entre genótipos, que produzem sementes inviáveis e/ou em baixa quantidade. O objetivo foi estabelecer uma metodologia que permita comparar anatomicamente as diferenças entre o desenvolvimento de botões florais para a formação de sementes viáveis e inviáveis. E a partir dessa informação, se existe algum tipo de incompatibilidade morfológica que não permite o cruzamento entre alguns genótipos em detrimento a outros. Foram coletados botões florais de seis diferentes genótipos, incluindo dois materiais oriundos de autofecundação. O material foi coletado na empresa CENIBRA - Celulose Nipo Brasileira S. A, sediada em Guanhães/MG. Foi selecionado um ramo de cada matriz de interesse, os botões florais e frutos foram coletados a cada 15 dias, a partir do momento em que apresentaram coloração verde-amarelada. Para a obtenção dos cortes anatômicos os materiais foram fixados em FAA (formaldeído, ácido acético e álcool etílico, 1:1:8, v:v:v), por 48 horas, posteriormente armazenados em álcool 70%. Para iniciar os testes as amostras foram colocadas em série etílica crescente (80, 90 e 95%), posteriormente colocadas em resina para infiltração, permitindo assim o corte das amostras. Cinco diferentes metodologias foram testadas, dos procedimentos testados, aqueles que utilizaram glicerina e tratamentos térmicos para o amolecimento das amostras se mostram os mais adequados em um primeiro momento. Mas foi a incubação das amostras imersas em resina em baixa temperatura, a metodologia mais eficiente. Nessa metodologia as amostras em resina foram mantidas em temperatura de -20 °C por 15 dias, com dois vácuos por dia. Em seguida, colocadas em temperatura de 4 °C por 30 dias com vácuo constante. Após as amostras foram emblocadas com resina e endurecedor e mantidas por 7 dias em freezer, colocadas para polimerizar em estufa de 35 °C. Após a polimerização as amostras foram seccionadas em micrótomo rotativo com avanço automático e fotografadas. Dessa forma foi possível observar as diferenças entre as sementes provenientes dos diferentes cruzamentos. Podemos concluir dessa maneira, que a manutenção das amostras em baixa temperatura associada a vácuo constante, foi eficiente em permitir a penetração da resina nas amostras e seu corte para visualização das estruturas. |