Resumo |
Atualmente, a busca por melhorias do padrão genético das cultivares em relação à redução do uso da água para fins comerciais agrícolas é grande. Isso é percebido pois adotar a sustentabilidade nos campos de produção é prática importante para a conservação do ambiente, a fim de reduzir os danos causados ao longo de todos os anos de exploração intensiva sem práticas de manejo do uso da água e do solo corretas. No caso do tomate, resistência a seca, porém, não é garantia de boa qualidade antioxidante dos frutos, característica desejada por um público consumidor cada vez mais consciente. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do déficit hídrico no teor de licopeno nos frutos de linhagens de introgressão de tomateiro previamente selecionadas quanto sua resistência a seca. O esquema experimental adotado foi o fatorial 2x5 em que foram testados dois regimes hídricos e cinco genótipos, no delineamento de blocos ao acaso, com três repetições em triplicata. Os vasos do regime ESTRESSE foram mantidos a 50% do total de água disponível (AD) e, do CONTROLE, a 100% da AD, ao longo de todo o ciclo de cultivo. Os genótipos utilizados foram as linhagens IL3-5 e IL10-1, tidas como resistentes à seca, e IL7-1 e IL2-5, tidas como sensíveis, mais o parental M82 utilizado como forma de padrão comparável. A irrigação foi feita por meio da pesagem dos vasos e reposição diária da quantidade de água perdida. O tratamento ESTRESSE teve início 30 dias após o transplante das mudas.Para a determinação do teor de licopeno, utilizou-se de 3 a 4 frutos por planta, estando estes, totalmente maduros e homogêneos quanto ao tamanho e coloração. O teor de licopeno foi determinado por meio da técnica de espectrometria de luz, com leituras de absorbância à 470nm. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A interação genótipo x ambiente foi significativa para a variável em questão (P<0.05). O déficit hídrico afetou o teor de licopeno nos frutos das linhagens IL 3-5, no sentido de redução, e IL 7-1, no sentido de aumento, (P<0.05), porém não teve efeito sobre os frutos das linhagens IL 2-5, IL 10-1 e M82 (P>0.05). Teores surpreendentes de licopeno foram observados para IL 2-5 e IL 3-5 no CONTROLE, e para IL 2-5 e IL 7-1 no ESTRESSE, quando comparados com os teores do parental M82 nos respectivos regimes de irrigação. Os teores médios de licopeno dos genótipos IL 2-5 e IL 7-1 no regime ESTRESSE foram 121.53 e 133.67 µg-1, respectivamente, diferentes estatisticamente do teor observado para M82 (40.08 µg-1) nessa mesma condição. Isso significa que os fragmentos de S. pennellii presentes nesses materiais aumentam o teor de licopeno sob baixo regime hídrico. Apesar da melhoria no teor de licopeno, as introgressões presentes nas linhagens IL 2-5 e IL 7-1 também, conferem baixa resistência a seca nesses materiais, o que não é interessante para programas de melhoramento genético com essa finalidade. |