Resumo |
Nesta pesquisa transdisciplinar buscamos compreender poéticas do processo de captura e edição de imagens de obras de dança e performance em que intérprete-criadores da Cia Mosaico interagiram com o espaço urbano. Os pesquisadores atuaram na produção das imagens e como agentes performáticos tanto no momento da captura como da edição e produção de videoartes, videodanças e perforgrafias que registram processos e produtos. O método foi a Prática como Pesquisa (PaR) e procedimentos metodológicos observação, análise, interação, divulgação em plataformas sociais, fotografia, gravação e edição das imagens capturadas. Foram usadas tecnologias de registro (videográfico, fotográfico e sonoro) e edição das imagens das atividades em espaços urbanos abertos (Performance “Corpaço” na avenida Santa Rita, na P.H. Rolfs – reta da UFV e na Praça do Rosário em Viçosa-MG) e fechados (Espetáculo “Dança Vadia” e “Portfolia” no Espaço Fernando Sabino, Performance “Cardume” e “Que roupa você veste” nos Refeitórios Universitários, ensaios e encontros de laboratórios de criação da Cia Mosaico e Oficinas de “Trance Dance” e de “Alquimia Criativa” no Departamento de Artes e Humanidades, Reapresentação do Espetáculo “Dança Vadia” no Auditório da Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa- MG). Imagens da Performance “Salamandra” foram editadas em uma perforgrafia postada no canal do youtube da Cia, e demais imagens editadas foram postadas também no Instagram e Facebook da Cia. Houve atento e assíduo acompanhamento e análise dos dados das redes sociais da Cia. A observação participante permitiu acompanhar no momento dos registros das apresentações da Cia, o olhar do público de estranheza, admiração e/ou curiosidade. Cenas notadas como interessantes nas apresentações receberam destaque no momento da edição de imagens para redes sociais. Nessas plataformas foram desenvolvidas estratégias para aproximar, divulgar e cativar também o público virtual. Poéticas variadas de fotografia e cinegrafia utilizadas exploraram ao máximo os enquadramentos possíveis, planos, ângulos, colorimetria mais inusitados e/ou adequados, a fim de captar e aprimorar momentos e movimentos únicos nos trabalhos que se caracterizaram como improvisação estruturada. Concluímos que o ato performático não se limita às ações de intérprete-criadores da Cia.; fotógrafos e cineastas também performaram. Esse resultado se evidenciou ao analisamos as obras imagéticas como um todo, os recortes e dramaturgias criadas a partir da edição das imagens. Outras obras foram criadas, assim, o editor de imagens também se tornou um coreógrafo. Destacamos o caráter artístico de estabelecer escolhas, criar enquadramentos específicos, optar por determinados momentos e cortes, manipular a cena em um contexto proposital criativo que permite ampliar conhecimentos nas interfaces entre dança, corpo, performance, espaço urbano e tecnologia digital. |