Resumo |
A cana-de-açúcar é uma das principais culturas produzidas no Brasil. Na safra 2019/20 foram colhidas mais de 642,7 milhões de toneladas. Diversos fatores podem afetar a produtividade e qualidade da produção. Dentre eles, destacam-se os insetos praga. A broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) é a principal praga que afeta a cultura. O uso de variedades resistentes é uma alternativa para se reduzir a utilização de defensivos, diminuindo os custos de produção e aumentando a sustentabilidade e qualidade da lavoura. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi identificar diferenças anatômicas entre genótipos de cana-de-açúcar, previamente caracterizadas como suscetíveis ou resistentes à Diatraea saccharalis. Para isso, foram utilizados seis clones de cana-de-açúcar, sendo três caracterizadas como resistentes e três como suscetíveis à broca. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Estação Experimental Diogo Alves de Mello, Departamento de Agronomia, Universidade Federal de Viçosa. Utilizou-se o Delineamento de Blocos Casualizados, com três repetições. Cada parcela foi constituída por um vaso de 7,5 L. Seis meses após o plantio, as folhas +1 de cada genótipo foram coletadas e transferidas para o laboratório de Anatomia vegetal, onde foi realizada a montagem de lâminas permanentes. O material foi observado e fotografado utilizando o microscópio Olympus AX70. Foram avaliadas as seguintes características do limbo foliar: Espessura total do limbo (ET), Espessura da epiderme na face superior (EFS), Espessura da epiderme na face inferior (EFI) e Espessura da epiderme no mesofilo (EM). Os dados foram coletados por meio do software Image J Pro Plus e, posteriormente, submetidos a uma análise de variância. Quando significativo pelo teste F, foi realizada a comparação entre as médias dos clones por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade. O coeficiente de variação variou de 6.92% (EFI) a 22.92% (EM). Houve diferença significativa para os caracteres ET, EFS e EFI a 5% de probabilidade e o caractere EM não foi significativo.Para os caracteres ET e EFI, foram formados dois grupos pelo teste de médias, sendo o grupo com as maiores médias formado pelos três genótipos resistentes e o grupo com as menores médias, pelos três genótipos suscetíveis. Para EFS, foram formados três grupos, sendo o das menores médias também formado pelos três clones suscetíveis. Conclui-se que houve diferença anatômica, no limbo foliar, entre os genótipos resistentes e suscetíveis, para os caracteres ET, EFS e EFI e que tais características podem estar relacionadas com a resistência da cana-de-açúcar à Diatraea saccharalis. |