Resumo |
O reúso de água residuária de agroindústria (ARA) vem aumentando no meio agrícola, pois esta atividade pode suportar águas de qualidade inferior, quando comparadas a outros usos. Objetivou-se com este trabalho determinar a influência de diferentes doses da ARA na produção do Capim MG-5 (Brachiaria brizantha cv. Xaraés) em Patos de Minas – MG. A ARA utilizada neste trabalho foi obtida na Indústria de Rações Patense, que possui uma produção média de 200 mil L dia-1. A Indústria possui um sistema tratamento para a água residuária gerada em seu processo industrial composto pelas seguintes unidades: grade, tanque de resfriamento, lagoa anaeróbica e lagoa facultativa. Esse efluente é pobre em nutrientes e matéria orgânica. A área experimental foi de 200 m², com nove parcelas de 1 m², cultivadas com o Capim MG5. A aplicação de ARA foi realizada utilizando regador de jardim de 20 litros. O tratamento 1 foi a testemunha (0 m³ de ARA ha-1ano-1); o tratamento 2 foram aplicados 1000 m³ de ARA ha-1ano-1 e o tratamento 3 foram aplicados 2000 m³ de ARA ha-1ano-1. As fertirrigações foram divididas em duas aplicações semanais de 1 litro para o tratamento 2 e quatro aplicações semanais de 1 litro para o tratamento 3, em parcelas de 1 m². Para determinação da produção de forragem, o corte foi realizado quando a forragem atingia altura de 40-45 cm. Para todos os tratamentos, foi feita a complementação com a aplicação de água visando suprir o déficit hídrico da cultura. Utilizando-se o software Statistical Analysis System (SAS 9.2) foi avaliado médias da TAF do MG5 nos cinco ciclos. E as médias dos tratamentos, quando significativo, foram comparados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Foram observadas interações entre as doses de água residuária de agroindústria e a TAF nos diferentes ciclos. A análise de variância constatou que não houve diferença significativa nas doses e na interação dose x ciclo. No entanto, foi constatado que nos ciclos do capim houve diferença significativa na TAF (P<0,05) ocasionado por condições climáticas. Houve um incremento médio na TAF na ordem de 8,58% e 10,87% para os tratamentos com as doses de 1000 m3 ha-1ano-1 e 2000 m3 ha-1 ano-1 de ARA, respectivamente, quando comparado às plantas que não receberam ARA. Concluiu-se, que nas condições em que o trabalho foi desenvolvido, não houve contaminação do solo com a aplicação da ARA e nem efeito significativo da aplicação de ARA sobre a TAF do Capim MG5. |