“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 14099

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Carlos Antonio Jacinto
Orientador MICHELLE NAVE VALADÃO
Título Letramento acadêmico de surdos: análise acerca da produção de relatório de estágio em Libras
Resumo No âmbito do Ensino Superior as práticas de leitura e de escrita são prestigiadas no tocante ao letramento acadêmico. Consequentemente, aqueles que não possuem uma primeira língua (L1) com modalidade escrita, tais como alguns grupos indígenas e os surdos, podem, dada a ausência de práticas de letramento nessa língua, serem excluídos dos processos educacionais. Especificamente para os surdos, o Decreto nº 5.626 (BRASIL, 2005) aponta para a necessidade de adoção de mecanismos de avaliação em Libras, bem como coerentes com a Língua Portuguesa (LP) como segunda língua (L2). Em vista disso, objetivamos apresentar algumas reflexões sobre a produção de relatórios em disciplinas de estágio, ministradas por duas professoras distintas, e realizados por uma discente surda, em um curso de Licenciatura na Zona da Mata Mineira. Para tanto, na composição dos relatórios, a estudante contou com o suporte pedagógico de professores e monitores que integram a equipe de um projeto criado para acompanhar seu processo educacional. Na elaboração do relatório do primeiro estágio, a professora responsável solicitou que a acadêmica surda produzisse dois relatórios: em Libras e em LP escrita, sendo que o primeiro corresponderia a 70% do valor final da nota. Contudo, não foi estabelecido pela docente critérios que guiassem a produção do relatório em Libras, tampouco referentes à avaliação. A produção consistiu em: gravação das informações em Libras; avaliação dos vídeos registrados, de modo a considerar questões referentes à estrutura linguística e às informações solicitadas; e postagem do material em ambiente de armazenamento virtual. Finalizado o relatório em Libras, realizou-se, por meio de estratégias de escrita, a produção do relatório em LP, com base no produzido em Libras. Por sua vez, no segundo estágio, a professora solicitou somente a produção do relatório em Libras. Durante a produção, a docente estabeleceu uma data para a apresentação da primeira versão do relatório, para que ela fizesse uma avaliação inicial. Após as correções apontadas pela professora, a estudante produziu os vídeos e realizou as edições necessárias. Observou-se que as mesmas orientações dadas para os alunos ouvintes, que produziriam o relatório em LP, foram também dadas para a estudante surda para a produção em Libras, não havendo critérios diferenciados, nem adaptações avaliativas. Somente foi solicitado a edição dos vídeos antes da entrega final. Ao final dos estágios observou-se que, em ambos os casos, por mais que a Libras estivesse presente na atividade e fosse considerada a L1 da estudante, não ocorreram adaptações metodológicas que atendessem as especificidades da estudante e promovessem sua inclusão ao processo educacional proposto ao referido componente curricular. Diante dessas situações, destaca-se a necessidade de pesquisas que envolvam o bilinguismo e o letramento, que considerem as produções acadêmicas em Libras e o seu papel no processo educacional dos estudantes surdos.
Palavras-chave Letramento acadêmico, Avaliação em Libras, Bilinguismo
Forma de apresentação..... Vídeo
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