Resumo |
Este trabalho apresenta o resultado de cerca de sete meses de uma pesquisa bibliográfica, discográfica e etimológica do que, segundo Paula Veneziano, em "A improvisação no choro: história e reflexão" (2010), “foi a primeira música urbana tipicamente brasileira”. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo não apenas confirmar essa premissa de o choro ser considerado um representante urbano da música brasileira durante a vigência das escolas artísticas do Romantismo e do Realismo no Brasil, mas também tem o objetivo de gerar mais conteúdo científico em relação ao tema para ajudar a nortear as futuras pesquisas sobre um dos movimentos culturais mais importantes do Brasil. Isso porque, apesar de sua grande importância para a identidade nacional, ainda existe uma quantidade escassa de estudos e materiais de pesquisa sobre esse gênero musical. Com isso em mente, procura-se explicar o choro conforme suas origens etimológicas, bibliográficas e discográficas, juntamente com sua formação sociológica, introduzindo alguns conceitos e pressuposto teóricos básicos (como o conceito musical de "baixaria", a história da música brasileira e as eras do choro) para que possamos fazer a análise da etimologia do nome "choro" (segundo o maestro Batista Siqueira e o jornalista José Ramos Tinhorão), a comparação entre partituras de polcas europeias de Johann Strauss Jr. ("Bürger-Ball-Polka" e "Amazonen-Polka, Op.9") e choros clássicos compostos por Ernesto Nazareth ("Odeon" e "Beija-Flor"), buscando semelhanças nas fórmulas de compasso, juntamente com um estudo interpretativo das letras de choros famosos, como "Flor Amorosa”, de Joaquim Calado, "Apanhei-te Cavaquinho", de Ernesto Nazareth, e "Atraente”, de Chiquinha Gonzaga. Assim, almeja-se comprovar a importância do choro como a primeira expressão da música popular brasileira, considerando a ideia de que o choro é um gênero musical representativo das escolas artísticas vigentes no Brasil da segunda metade do século dezenove até a primeira metade do século vinte, gerando, por fim, mais material acadêmico para as futuras pesquisas relacionadas ao tema. |