Resumo |
INTRODUÇÃO: A Termografia Infravermelha (TI) é uma ferramenta inócua e não invasiva que capta o calor irradiado da superfície corporal e nos possibilita quantificar a temperatura irradiada da pele (TIP). No esporte, ela tem sido utilizada para prevenir lesões, já que sobrecargas músculo esqueléticas, decorrentes do treinamento/competição, podem alterar o perfil térmico da superfície corporal. Porém, poucos estudos investigaram o uso da TI em jogadores de voleibol. OBJETIVO: Analisar o perfil de simetria térmica de membros superiores e inferiores de atletas de voleibol de alto rendimento. METODOLOGIA: Participaram do estudo quatorze jogadores do sexo masculino (19.4 ± 2.6 anos, 82.4 ± 13.6 kg, 190.3 ± 10.4 cm, 11.9% gordura corporal) de uma equipe de elite nacional em início de temporada. Após 10 minutos de aclimatação em uma sala com temperatura (22.5 ± 0.3°C) e umidade (66.9 ± 0.8%) controlada, imagens térmicas foram obtidas de cada atleta e a temperatura média foi mensurada na região dos antebraços, braços, ombros, coxas e pernas, na visão anterior e posterior. O teste T independente foi usado para comparar a temperatura entre os lados direito (LD) e esquerdo (LE), e o tamanho do efeito (d de Cohen) foi calculado para determinar a magnitude das diferenças térmicas bilaterais, considerando as assimetrias (ΔTP) < 0.2°C; 0.2 – 0.5°C; 0.5 – 0.8°C;> 0.8°C como insignificante, pequena, moderada e alta, respectivamente. RESULTADOS: Não houve diferença significativa na TIP entre o LD e LE: antebraço anterior (LD 31.7 ± 0.5°C; LE31.9°C ± 0.5°C; ΔTP=0.2°C; p=0.437; d=0.40); braço anterior (LD 32.9°C ± 0.5°C;LE 32.8°C ± 0.5°C;ΔTP= 0.1°C; p= 0.678; d=0.20); ombro anterior (LD 33.0°C ± 0.7°C;LE 33.0°C ± 0.6°C; ΔTP= 0.0°C; p= 0.909; d= 0.0); coxa anterior (LD 31.4°C ± 0.8°C;LE 31.2°C ± 0.8°C; ΔTP= 0.2°C; p=0. 641; d= 0.25); joelho anterior (LD 29.0°C ± 0.7°C;LE 29.1 ± 0.9°C; ΔTP= 0.1°C; p= 0.873; d=0.12); perna anterior (LD 31.3°C ± 0.4°C;LE 31.4° C ± 0.5°C;ΔTP= 0.1°C; p= 0.828; d=0.22); antebraço posterior (LD 31.3°C ± 0.7°C;LE 31.5° C ± 0.8°C; ΔTP= 0.2°C; p= 0.836; d= 0.27); braço posterior (LD 30.2°C ± 0.9°C;LE 30.2°C ±0.9°C; ΔTP= 0.0°C; p= 0.935; d= 0.0); ombro posterior (LD 32.4°C ± 1.0°C;LE 32.5°C ± 1.0°C; ΔTP= 0.1°C; p= 0.939; d= 0.10); coxa posterior (LD 31.4°C ± 0.8°C;LE 31.4°C ± 0.8°C; ΔTP= 0.0°C; p= 0.981; d= 0.0); joelho posterior (LD 31.9°C ± 0.6°C;LE 31.8°C ± 0.6°C; ΔTP= 0.1°C; p= 0.746; d= 0.17); perna posterior (LD 31.0°C ± 0.6°C;LE 30.9°C ± 0.7°C; ΔTP= 0.1°C; p= 0.701; d= 0.15).As assimetrias médias foram clinicamente aceitáveis em todas regiões corporais (≤ 0.49 °C) e a magnitude das assimetrias variou entre insignificante e pequena. CONCLUSÃO: Jogadores de voleibol de alto rendimento apresentaram simetria térmica contralateral nos membros superiores e inferiores, sugerindo uma avaliação termográfica normal indicativa de ausência de lesão. |