Resumo |
Muito se debate atualmente sobre as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e mudanças climáticas. Plantios florestais para neutralização do carbono emitido pelas atividades humanas surgiram como técnicas de redução e compensação dos GEE. Um dos grandes desafios na realização dos plantios é a combinação de espécies em arranjo espaciais, buscando melhor recobrimento do solo por meio do sombreamento. Objetivou-se avaliar a sobrevivência em plantio de neutralização de carbono com diferentes arranjos de espécies de preenchimento e de diversidade aos 17 meses de idade. O plantio de neutralização foi realizado em dezembro de 2017, no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O espaçamento adotado foi de 2 x 2 metros. O experimento de arranjo espaciais contou com 15 espécies diferentes, sendo 10 de diversidade e 5 de preenchimento. São descritas como espécies de preenchimento, indivíduos com crescimento rápido e que favorecem o desenvolvimento das espécies de diversidade. Estas possuem o crescimento lento e tem maior necessidade de sombra para o desenvolvimento. As espécies foram distribuídas em três blocos: bloco 1 com espécies de preenchimento e diversidade alocadas aleatoriamente; bloco 2 com linhas de espécies de preenchimento intercaladas com linhas de espécies de diversidade; e bloco 3 com as espécies de preenchimento e de diversidade intercaladas dentro da linha. O inventário foi tipo censo, na idade de 17 meses. Dentre os três arranjos analisados, o bloco 2 apresentou a maior porcentagem de sobrevivência, com 96,67%, seguido pelos blocos 3 (94,44%) e 1 (86,11%), respectivamente. No arranjo que se destacou, as espécies de preenchimento e de diversidade tiveram exatamente a mesma taxa de sobrevivência, 96,67% cada. Já nos demais arranjos, as espécies de preenchimento apresentaram um percentual de sobrevivência maior do que as espécies de diversidade, 96,67% e 92,22% para o bloco 3 e 95,00% e 81,67% para o bloco 1, respectivamente. Dentre as 15 espécies plantadas, Albizia hassleri, Peltophorum dubium, Sapindus saponaria e Plathymenia foliolosa foram as únicas que obtiveram 100% de sobrevivência nos três arranjos. No entanto, no bloco 2, 11 das 15 espécies obtiveram uma sobrevivência de 100%. O arranjo com as linhas de preenchimento intercaladas com as linhas de diversidade (bloco 2) obteve maior sucesso na sobrevivência das espécies após dezessete meses de plantio. O estudo demonstra que a escolha do arranjo espacial pode influenciar na sobrevivência dos indivíduos plantados em um curto período de tempo. Um maior acompanhamento é necessário para avaliar a sobrevivência ao longo prazo. |