“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 14053

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Karina Zandonadi Nunes
Orientador MONICA SANTOS DE SOUZA MELO
Título Intolerância verbal na internet: uma análise das respostas a um tuíte do Papa Francisco
Resumo Desde que o Papa Francisco passou a ser a nova liderança da Igreja Católica no mundo, esta instituição tem se aproximado cada vez mais dos fiéis por meio das redes sociais. Transpondo uma visão mais conservadora tradicionalmente defendida pela Igreja, o atual papa fala em favor dos menos favorecidos e contra desigualdades pelo mundo. Em junho de 2019, um vídeo divulgado no Twitter do pontífice gerou agitação nos usuários e as interações passaram da média de 1500 curtidas e 150 respostas para 50 mil curtidas e mais de 5600 respostas. A publicação em questão era um pedido do Papa para que “todos aqueles que administram a justiça operem com integridade e para que a injustiça que atravessa o mundo não tenha a última palavra”. O vídeo veio a público menos de um mês após as reportagens do jornal online The Intercept demonstrarem envolvimento direto entre o então juiz federal e agora ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e procuradores da Operação Lava-Jato, responsável pela condenação do ex-presidente Lula. A pouca distância temporal entre os dois eventos fez com que grande parte dos usuários considerassem o vídeo como uma crítica a Moro e, consequentemente, ao governo de Jair Bolsonaro. É neste contexto permeado de convicções políticas que inúmeras respostas com conteúdo de intolerância e violência verbal foram efetuadas, tanto direcionadas ao Papa, quanto em um enfrentamento entre os próprios usuários. O principal objetivo desta pesquisa é compreender como a intolerância verbal se tornou uma responsiva ante à polêmica causada pelo tuíte do Papa Francisco. Para isso, será necessário analisar o recorte de 70 comentários em que há intolerância verbal selecionados para este trabalho; distinguir se os comentários são de engajamento ou de não engajamento; e, por fim, analisar como a polarização social e política é refletida nos discursos intolerantes. A metodologia utilizada para a coleta de dados foi o scraping, em que um software simula a navegação humana e extrai informações mais rapidamente, possibilitando a coleta dos 5640 tuítes, triados a partir da leitura individual de cada um destes. Para análise dos dados, a Semiolinguística, de Patrick Charaudeau, oferece tanto material teórico quanto metodológico. Por meio dela, é possível notar que os usuários desempenham um papel de enunciador perpassado por valores sociais, que remetem às suas crenças pessoais. É neste ponto que a dicotomização de opiniões, apontada por Ruth Amossy como uma característica das polêmicas, se revela. Foi possível notar que os comentários de intolerância verbal analisados não apresentam um meio termo possível, se tornando autoexcludentes. Este antagonismo aparenta ser resultado direto da polarização social e política, gerando uma forte oposição que se apresenta não apenas como embate ideológico, mas também como ameaça à própria identidade: quando o outro discorda do meu pensamento, isto põe em cheque minhas crenças e, consequentemente, minha posição no mundo.
Palavras-chave Análise do discurso, intolerância verbal, semiolinguística.
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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