Resumo |
O presente trabalho busca apresentar os resultados e o processo de construção da pesquisa intitulada “Produções radiofônicas como instrumento de mobilização social: Um estudo de caso em emissoras de Viçosa/MG”. O projeto, contemplado pelo edital PIBIC/FUNARBIC 2019-2020, tem como objetivo geral a análise de programas radiofônicos em busca do entendimento de como os coletivos que os produziram utilizam essas produções para ressoar suas lutas, anseios e mobilizar a sociedade. Trata-se, portanto, de uma investigação que aprofunda o conhecimento factual, explicitando as razões relacionadas com o caso em estudo. Para tal, os pesquisadores debruçaram-se sobre alguns dos programas produzidos pela Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Viçosa (ASPUV) e pelos coletivos Perolas Negras e Quem Luta Educa (QLE). Foram pesquisadas as edições previstas no planejamento e, por conta da pandemia do novo coronavírus, também edições especiais/temáticas produzidas durante o isolamento. Ao todo, foram pesquisados 25 programas, sendo cinco “Rádio ASPUV”, seis “Cultureba” e 14 “QLE em Movimento”. O processo criativo delas foi acompanhado de perto por meio da parceria com o “Alô, Comunidade: A voz da Cidadania e da Cultura Popular no Rádio”, um projeto de extensão vinculado à esta pesquisa que tem como objetivo geral capacitar membros de movimentos sociais para que possam produzir seus próprios programas radiofônicos com conteúdo plural, diversificado e com temáticas voltadas para a cidadania e cultura local. A ferramenta metodológica de verificação utilizada foi o software Iramuteq – Interface R para análise Multidimensional de Texto e Questionário. Ele serviu para auxiliar na análise das falas, expressões e palavras relacionadas às vivências midiáticas da entidade e de seus membros contidas no corpo dos roteiros. A partir delas foi possível cumprir os objetivos propostos de identificar os principais temas veiculados nos programas dos coletivos, perceber de que forma as produções radiofônicas foram planejadas como instrumento de mobilização social e, por fim, verificar as estratégias discursivas dos produtores dos programas para projetar as representações dos movimentos sociais e sindicais. Observamos também o protagonismo desses agentes no fazer-jornalístico quando os mesmos tomam posse dos conhecimentos adquiridos e os relacionam com suas próprias experiências para profissionalizar as ações comunicativas desempenhadas. Além disso, salientamos que as pautas tratadas pelos movimentos em suas produções não teriam espaço garantido nas mídias tradicionais e hegemônicas, mas que, por agora ocuparem esse espaço, contribuem no processo de fortalecimento de uma cultura e educação democráticas através da socialização do direito de expressão. Por fim e dessa forma, compreendemos que o rádio é tido como instrumento de mobilização dos indivíduos num espaço midiático capaz de difundir ideias.
Vídeo>> https://www.youtube.com/watch?v=8UbKpkiR_Q8 |