Resumo |
Introdução: A melatonina é um hormônio sintetizado no corpo humano, também encontrada em plantas e animais, que atua no controle do ritmo circadiano. Estudos indicam que alguns alimentos fontes de melatonina podem estimular o sono, contribuindo para a melhoria da eficiência desse. Objetivo: avaliar a relação entre o consumo alimentar de melatonina e a qualidade de sono em mulheres com excesso peso. Metodologia: Tratou-se de um estudo transversal, a partir de dados de um projeto (guarda-chuva) de intervenção nutricional, realizado com 41 mulheres (Idade 31,3 ± 8,4 anos, IMC 32,64 (30,8 - 37,1) kg/m2). A caracterização das participantes foi feita de acordo com as variáveis antropométricas (peso, altura, perímetro da cintura e perímetro do quadril) e composição corporal (percentual de gordura corporal e massa magra). O consumo alimentar foi avaliado mediante três registro de 24h, e ingestão diária de nutrientes, como software REC24h-ERICA. Em extensa e abrangente revisão de literatura, foram encontrados 59 alimentos com conteúdo de melatonina. A estimação da ingestão diária de melatonina se deu pelo somatório da melatonina dos alimentos consumidos (média dos três registros) para cada participante. Por fim a avaliação do sono foi realizada através de três questionários: AUTOMEQ: Morning-Eveningness Questionarie, EPWORTH: Escala de sonolência e PITTSBURGH: o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh- PSQI. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Testes t de Student e Mann–Whitney, bem como correlação de Pearson e Spearman foram usadas quando apropriado. Adotou-se nível de significância menor que 0,05. Resultados: A mediana de melatonina consumida pelas participantes foi de 156981,3 (23411,8 - 553509,3) ng/dia, dentre os alimentos quantificados o milho se destaca por apresentar uma grande faixa de melatonina 1300,0 – 2034000000,0 pg/g. Após análises, nós não encontramos diferença estatística para dados de antropometria, composição corporal e qualidade do sono, de acordo com o consumo de melatonina. Conclusão: Nosso trabalho é o primeiro, até o momento, que apresenta uma tabela de melatonina da dieta, o que possibilitará o nosso grupo de pesquisa, entender melhor a relação da ingestão desse hormônio com sua produção endógena, bem como com doenças crônicas como obesidade e saúde mental. Estudos com maior tamanho amostral são necessários. |