Resumo |
O conhecimento sobre plantas medicinais vem sendo construído, ao longo do tempo, a partir dos estudos e das experiências tradicionais e populares. Estes conhecimentos são repassados por gerações em comunidades que cuidam e preservam plantas e saberes associados. A partir de informações obtidas de práticas e do uso consolidado pela população, muitas pesquisas são desenvolvidas, validando cientificamente o uso e o potencial medicinal das plantas, e contribuindo para a consolidação do uso terapêutico. Ainda há muito o que estudar e divulgar sobre o uso das plantas medicinais e pensando nisso, foi criado o Grupo de Estudos de Plantas Medicinais que tem como objetivo ser um laboratório interdisciplinar de produção do conhecimento a partir da leitura de textos publicados e relatos das experiências dos participantes. Este projeto é iniciativa do Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa em parceria com o Grupo Entre Folhas-Plantas Medicinais. O público participante foi constituído por estudantes e professores da Universidade Federal de Viçosa, pessoas da comunidade viçosense e de diferentes regiões do país e abrange diversas faixas etárias, e profissões, como por exemplo: terapeutas, agricultores e profissionais da área da saúde. O grupo teve início no período da pandemia pela Covid-19 e isolamento social, por esse motivo a metodologia foi adaptada ao modo remoto. Devido a demanda, foram criados dois grupos de WhatsApp para postagem de textos de leitura e partilha das experiências acerca de alguma espécie medicinal previamente sugerida pelas coordenadoras do grupo. As trocas via aplicativo ocorreram durante duas semanas e os materiais de leitura postados foram organizados numa pasta no disco virtual do Google Drive. Após este período, eram realizadas reuniões online pelo aplicativo Zoom, na qual eram feitas a sistematização do conhecimento sobre a planta estudada. O diálogo se dava a partir de temas geradores: Nomes Populares, Botânica, Cultivo e Manejo, Indicação e Contra indicação, Curiosidades e Covid-19. Os resultados obtidos ao longo deste trabalho foram: 250 participantes por grupo do WhatsApp, totalizando 500 pessoas. Aproximadamente 30 pessoas frequentavam as reuniões na plataforma do Zoom. Além dos resultados quantitativos, verificou-se como resultado qualitativo a boa aceitação desta proposta, pelos membros do grupo com relatos de que a cada ciclo aprenderam mais sobre as plantas medicinais. Conclui-se com este trabalho que há grande demanda pelo conhecimento sobre as plantas medicinais e que é agradável e viável aprender compartilhando. O diálogo e a troca de saberes tradicionais, populares e científicos, promove a interdisciplinaridade e a possibilidade de criar novos conhecimentos mais completos, complexos e sistêmicos. |