Resumo |
A Calendula officinalis L. (calêndula) é uma planta medicinal da família Asteraceae, com ação cicatrizante, antimicrobiana e anti-inflamatória quando utilizada como extratos alcoólicos e óleos essenciais. Entretanto, extratos aquosos de sementes e folhas de calêndula são ainda inexplorados quanto ao seu potencial antimicrobiano e à sua constituição proteica bioativa. Observou-se ausência de estudos das funções associadas ao potencial da ação anti-inflamatória e antimicrobiana de compostos hidrossolúveis presentes em sementes de calêndula. As sementes podem apresentar diferentes tipos e quantidades de peptídeos antimicrobianos que diferem daqueles de flores e folhas. O objetivo desse estudo foi avaliar, por meio de abordagens proteômicas e peptidômicas, extratos de sementes e folhas secas de calêndula, sob diferentes condições de germinação e extração, explorando a busca de mais informações sobre a ação de defesa da planta. Os extratos nativos de folhas de calêndula foram preparados de duas formas diferentes, utilizando extração com ácido acético 10% ou com Tris-HCl, sem solvente de precipitação. As sementes foram extraídas utilizando ácido acético 10% e sem solvente de precipitação. Os extratos aquosos de calêndula foram submetidos à análise por espectrometria de massas, que indicaram a presença de sequências semelhantes às encontradas em AMPs das famílias das Defensinas e das Proteínas Transportadoras de Lipídeos (LTPs) de plantas. Na amostra de folhas secas extraídas com Tris-HCl, 13 proteínas foram identificadas, e na amostra de folhas secas extraídas com ácido acético 10%, foram identificadas nove proteínas, sendo quatro proteínas em comum entre as duas extrações: glicinina G1 isoforma C, poliubiquitina, glicinina e a proteína contendo domínio de barril beta duplo psi semelhante a rlpA putativa. Na amostra de sementes de calêndula sem germinação, foram identificadas 20 proteínas associadas à defesa, e a processos metabólicos e funções biológicas. Os resultados sugerem a presença de diferentes peptídeos de defesa nas folhas e sementes de calêndula, com potencial para desenvolver produtos com formulações baseadas em AMPs, em especial das famílias das Defensinas e das Proteínas Transportadoras de Lipídeos (LTPs) nas folhas de plantas, e de LTPs e derivados de glicininas em sementes, de forma a ampliar a oferta de moléculas-modelo para desenvolver biofármacos. |