Resumo |
Nos últimos 50 anos, os maiores ganhos produtivos obtidos na cultura do milho se devem principalmente a modificações na arquitetura de plantas e eficiência do uso de N. O objetivo deste trabalho foi avaliar a arquitetura de planta e produtividade de grãos de seis populações de milho em baixo N em seis populações de plantas variando de 30 a 105 plantas.ha-1. O experimento foi conduzido na UEPE de Coimbra-MG em solo caracterizado pelo baixo aporte de N. Utilizou-se o delineamento de blocos a acaso em esquema de parcela subdividida com três repetições. As parcelas foram constituídas das populações (Pop) de milho (UFVM100, UFVM100(HS)C1, UFVM100(HS)C2, UFVM200, UFVM200(HS)C1 e UFVM200(HS)C2), enquanto as sub-parcelas foram constituídas pelas densidades (Dens) de plantio (30, 45, 60, 75, 90 e 105 mil plantas.ha-1 ). Cada sub-parcela foi constituída de quatro linhas de seis metros, espaçadas a 0,8m. Para corrigir os efeitos de bordadura apenas os quatro metros centrais das duas linhas interiores da sub-parcela foram avaliados (área útil de 6,4 m2). Sete caracteres foram avaliados: área foliar da folha da espiga (AF, cm2), altura de planta e espiga (AP e AE, cm), diâmetro de colmo (DC, mm), número de nós abaixo e acima da espiga (NAB e NAC) e produtividade de grãos (PG, kg.ha-1). Apenas os caracteres AP, AE, DC e PG apresentaram variância significativa (P <0,05) para as Pop e apenas AF, DC e PG foram significativos (P <0,05) para Dens. Não houve interação significativa entre Pop e Dens. Os coeficientes de variação para Pop variaram de 6,01 (AP) a 37,04% (PG) e para DENS de 4,45 (AP) a 17,31% (PG). Com exceção de PG, os CVs dos demais caracteres podem ser considerados de baixos a moderados. As médias para POP variaram de 225,14 (UFVM200(HS)C2) a 247,08 (UFVM100(HS)C1) em AP; 121,28(UFVM200(HS)C1) a 140,92 (UFVM100(HS)C2) em AE; 19,23 (UFVM200(HS)C1) a 22,83 (UFVM100(HS)C1) em DC; 3181,59 (UFVM100) a 5.228,90 (UFVM100(HS)C1) em PG. Não foi observada uma relação direta entre caracteres e o avanço dos ciclos de seleção(C0 -> C1 -> C2), o que pode ser explicado pelo fato de as progênies não terem sido selecionadas em ambiente com baixo N. Regressões quadráticas foram ajustadas para representar o comportamento de AF, DC e PG. Com exceção de b1 (P < 0,17) em PG, os demais coeficientes apresentaram p-valor < 0,05. Os modelos apresentaram R2 de 0,98, 0,99 e 0,83 para AF, DC e PG, respectivamente. Percebe-se a redução de AF, DC e PG em resposta ao aumento da DENS, tendo seu ponto de mínima em 105 e 101,33 mil plantas.ha-1 para AF e DC e ponto de máxima de PG a 45,66 mil plantas.ha-1. Conclui-se que as principais alterações na arquitetura das Pop em baixo N foram em AF e DC, e que AP e AE não foram alterados significativamente em resposta à mudança de DENS. A população UFVM100(HS)C1 foi a mais produtiva com 5228,90 kg.ha-1 e a densidade populacional que maximiza a produtividade de todas as populações é 45,66 mil plantas.ha-1. |