Resumo |
A tilápia-do-Nilo (Oreochomis niloticus) é uma espécie de grande interesse devido às suas características zootécnicas, sendo hoje a espécie mais cultivada no Brasil. Sua importância socioeconômica implica em constante busca por estratégias que visem atenuar o estresse causado pelas adversidades do ambiente de cultivo e manejo produtivo. Durante o cultivo da tilápia são realizadas biometrias e outros manejos que expõe momentaneamente os peixes ao ar atmosférico, o que pode contribuir para o aumento do estresse dos animais. Neste sentido, o uso de aditivos alimentares que aumentem a resistência dos peixes ao estresse vem sendo amplamente testados. Dentre estes aditivos, o óleo essencial de hortelã-pimenta (Mentha piperita) (OEHP) caracteriza-se como um extrato bioativo com propriedades antioxidantes que demonstra alto potencial para aplicação na piscicultura. Portanto, com esta pesquisa, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação dietética com OEHP sobre a glicose e o lactato sanguíneos, assim como a atividade antioxidante de juvenis de tilápia submetidas à exposição ao ar. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado com sete tratamentos (dietas contendo 0,00; 0,20; 0,40; 0,60; 0,80; 1,00 e 1,20 g kg-1 de OEHP) e cinco repetições. Tilápias (0,58 ± 0,13g) foram distribuídas em 35 aquários de 70L (20 peixes/aquário) e alimentadas por 10 semanas com as dietas experimentais. Ao final do período alimentar, os peixes foram individualmente expostos ao ar por cinco minutos, e em seguida transferidos para aquários de recuperação (15 L). Após a recuperação, foram avaliados os níveis sanguíneos de glicose e lactato. Também foram avaliadas a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa S-transferase (GST), a concentração das espécies reativas de oxigênio óxido nítrico (NO) e peróxido de hidrogênio (H2O2) e a concentração dos produtos da peroxidação lipídica malondialdeído (MDA) e da oxidação proteica proteína carbonilada nas brânquias e no fígado. A concentração de glicose foi minimizada a 0,58 g kg-1 de OEHP, e o lactato maximizou-se a 0,63 g kg-1. A atividade de SOD foi maximizada a 1,0 e 0,41 g kg-1, e CAT foi minimizada a 0,42 e 0,67 g kg-1 de OEHP para brânquias e fígado, respectivamente; a atividade de GST foi significativa apenas para brânquias (foi maximizada a 0,32 g kg-1 de OEHP). NO e H2O2 branquiais aumentaram linearmente com a inclusão de OEHP, enquanto apenas o NO hepático apresentou efeitos significativos (reduziu com a inclusão de OEHP). MDA maximizou-se a 0,14 g kg-1 e aumentou linearmente com a inclusão de OEHP nas brânquias e no fígado, respectivamente; a concentração de proteína carbonilada foi maximizada a 0,73 e minimizada a 0,65 g kg-1 nos tecidos branquial e hepático, respectivamente. Com os dados obtidos, concluímos que a suplementação de dietas com 0,58 a 0,67 g kg-1 de OEHP é recomendada por melhorar as respostas de estresse dos peixes expostos ao ar. |