Resumo |
Nas últimas décadas, a exposição dos seres vivos aos metais pesados vem se tornando uma prática comum, gerando efeitos adversos no organismo, como alterações biométricas, no status oxidativo, histológicas e patológicas epididimárias, além de alterações espermáticas. Neste estudo objetivou-se avaliar a ação dos metais pesados, arsenato (As+5), arsenito (As+3), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cromo VI (Cr VI) e níquel (Ni), pelas vias intraperitoneal (Ip) e oral (Or), no epidídimo de camundongos adultos, além de estabelecer uma ordem de toxicidade epididimária entre esses metais comparando os danos induzidos pelas duas vias de administração. Os animais foram distribuídos em 14 grupos (n=6 animais/grupo), pesados e mantidos em gaiolas coletivas. Assim, o grupo 1 e 8 receberam solução salina 0,9% (controles), o grupo 2 e 9 receberam As+5, o grupo 3 e 10 receberam As+3, o grupo 4 e 11 receberam de Cd, o grupo 5 e 12 receberam Pb, o grupo 6 e 13 receberam Cr VI e o grupo 7 e 14 receberam Ni. A administração foi realizada em dose única (1,5 mg/Kg) e os animais foram eutanasiados após 7 dias. Quando comparados ao controle, apenas o grupo Or apresentou diminuição do peso corporal e do epidídimo nos animais tratados com As+3, Cr VI e Ni. Os animais que receberam Ni (Ip) e Cd (Or) tiveram redução na motilidade espermática e as duas vias apresentaram redução na integridade de membrana espermática, quando comparados ao controle. O número de espermátides alongadas e a produção espermática diária, tanto por testículo quanto por grama de testículo, diminuiu em todos os grupos experimentais por via Ip e apenas nos grupos Cd, Pb e Ni (Or), quando comparados ao controle. Houve redução do número de espermatozoides na cabeça/corpo/cauda do epidídimo em todos os grupos tratados em relação ao controle. O número de espermatozoides na cabeça/corpo (C/Cc) por grama de epidídimo, nos animais que receberam Cd, Pb, Cr VI e Ni (Ip), reduziu significativamente, quando comparados ao controle. O tempo de trânsito na C/Cc do epidídimo apresentou aumento significativo em todos os grupos tratados (Ip) e apenas nos animais tratados com Cr VI e Ni (Or) quando comparados ao controle. Os animais tratados com Ni pela via Or tiveram aumento do tempo de trânsito na C/Cc, quando comparados aos demais grupos tratados. Observaram-se alterações histomorfométricas epididimárias em animais tratados apenas pela via Or quando em comparação ao controle e Ip. Conclui-se que a severidade da toxicidade mediada por estes metais pesados após exposição aguda, está associada a danos morfológicos e funcionais nos epidídimos, sendo o Ni considerado o metal mais tóxico. |