Resumo |
A perereca Ololygon luizotavioi pertence à família Hylidae, tribo Dendropsophini, grupo Scinax catharinae. Hylidae é a família de anuros mais diversa do mundo e, o grupo Catharinae, compreende ao todo 50 espécies. Além dessa grande diversidade, as espécies deste grupo possuem uma estreita afinidade morfológica, tendo morfologia e morfometria bastante conservadas ao longo do grupo tornando difícil sua diferenciação. Uma solução é uma abordagem utilizando taxonomia integrativa, em que se é utilizado pelo menos dois métodos independentes para esclarecer dúvidas de identificação. Com o objetivo de caracterizar a população de Patos de Minas (Minas Gerais-MG), inserida em ambiente de Cerrado, e possivelmente diferenciá-la de outras populações próximas a localidade tipo dessa espécie, das cidades de Barão de Cocais(MG), Ouro Preto(MG) e Mariana(MG), inseridas em ambiente de Mata Atlântica e transição, foram feitas análises morfométricas, morfológicas, citogenéticas e bioacústicas. A morfometria foi feita a partir de 18 medidas com paquímetro de precisão 0,01mm e a morfologia a partir de 16 variáveis. As vocalizações foram gravadas e posteriormente analisadas no programa Raven Pro 1.4 em uma frequência de amostragem 44,1 kHz e resolução de 16 bits. A citogenética foi feita no Laboratório de Sistemática Molecular - Beagle, da Universidade Federal de Viçosa seguindo protocolos de extração de metáfases de células do tecido da coxa dos indivíduos. Os cromossomos foram medidos usando o software Image Pro Plus (IPP Versão 4.5). Os exemplares estão depositados na Coleção Herpetológica do Museu de Zoologia João Moojen-MZUFV da Universidade Federal de Viçosa-UFV. Os resultados preliminares mostram que a população isolada de Patos de Minas possui cromossomos diplóides (2n=24), também, utilizando-se da Análise de Componentes Principais (PCA) identificamos que as quatro populações são consideravelmente distintas morfometricamente. Nem todas as análises foram feitas devido a pandemia da COVID-19 e consequentemente a paralização das atividades da Universidade e medidas de isolamento por parte da população. Portanto, a continuação do estudo, com análises cromossômica além de bioacústica são necessárias para entender a extensão dessas diferenças populacionais. |