Resumo |
Introdução: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença crônica progressiva que afeta a vasculatura pulmonar e o ventrículo direito dos pacientes, com consequente disfunção e perda da força muscular. Em modelo de HAP induzida por monocrotalina (MCT), a redução da tolerância ao esforço físico parece estar associada à atrofia muscular. Objetivos: Investigar os efeitos do treinamento resistido (TR) prévio sobre a força e a estrutura muscular em ratos com HAP induzida por MCT. Metodologia: Dezoito ratos Wistar (idade: 6 semanas) foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de 6 animais cada: Sedentário controle (SC); Sedentário monocrotalina (SM); e TR monocrotalina (TRM). O teste de carga máxima carregada foi realizado no início, nas 4ª e 8ª semanas, antes da indução da HAP. A partir da 3ª semana após indução da HAP, o teste de carga máxima foi realizado semanalmente. Os animais do grupo TRM foram submetidos a um protocolo de TR, que consistia de 4 a 9 escaladas em escada vertical, sendo as 4 primeiras com 50, 75, 90 e 100% do peso máximo carregado. Nas demais escaladas foram adicionadas 30g em cada uma. Após 8 semanas de TR, os animais dos grupos SM e TRM receberam uma única injeção intraperitoneal de MCT (60 mg/kg de peso corporal; Sigma-Adrich, EUA), enquanto o grupo SC recebeu o mesmo volume de solução salina. O grupo TRM continuou o TR por mais 6 semanas. Os animais do grupo SM sofreram eutanásia por decapitação ao apresentarem sinais de falha cardíaca (~ 43 dias após injeção de monocrotalina). Os demais animais sofreram eutanásia nesta mesma época. Após eutanásia, coletou-se o músculo bíceps braquial, que foi fixado em solução Karnovski. Após processamento, cortes histológicos transversais foram corados com hematoxilina e eosina (HE), para a determinação da área de secção transversa. Para comparar a força muscular usou-se ANOVA para medidas repetidas, seguida do post hoc de Tukey. Para comparar a área de secção transversa usou-se ANOVA one-way, seguida do post hoc de Tukey. Adotou-se o nível de significância de até 5%. Resultados: Antes da aplicação de MCT, os grupos SC, SM e TRM apresentaram aumento de força absoluta a partir da 4ª semana, comparadas à 1ª semana (p < 0,05). Na força relativa, somente o grupo TRM apresentou aumento (p < 0,05). Nas 4ª e 8ª semanas, o grupo TRM teve força absoluta e relativa maiores que os grupos SC e SM (p < 0,05). Após a aplicação de MCT, o grupo TRM demonstrou força absoluta e relativa maiores que os grupos SC e SM (p < 0,05). O grupo SM apresentou menor área de secção transversa, em comparação ao grupo SC (p < 0,05), enquanto o TR não preveniu tal redução (p > 0,05). Conclusão: Conclui-se que o TR prévio aumenta a força muscular, porém, não previne atrofia muscular em modelo de HAP induzida por MCT. |