Resumo |
Os resíduos e subprodutos gerados no processo de abate de animais devem ter seu manejo adequado na operação diária de abatedouros para evitar o descarte inadequado no ambiente. Nesse contexto, o Abatedouro Escola da UFV (AE) apresenta-se como unidade de ensino, pesquisa e extensão que busca atender a demanda da Universidade nesta área de conhecimento. Este trabalho surge da iniciativa da necessidade institucional em tornar mais sustentável as rotinas existentes em todo o campus, com vistas a meta Lixo Zero e regularização ambiental do AE. Para tanto realizou-se pesquisas em literatura de processos que tem sido empregados e casos de sucesso, além de consultas a materiais do próprio Departamento de Zootecnia a fim de compreender as demandas do AE. Isto posto, compreende-se como alternativa para a correta destinação dos subprodutos gerados no AE o encaminhamento para as graxarias bem como o processo de compostagem pelo próprio empreendimento, evitando que os subprodutos sejam encaminhados ao aterro sanitário ou formas inadequadas de destinação. A compostagem se torna possível pois as carcaças de animais, esterco e lodo possuem alto valor nutritivo e ao serem compostados podem ser usados como fertilizante. Tendo em vista a falta de dados históricos, considerou-se para a estimativa do total de animais abatidos um mês de 22 dias de forma que um terço dos dias destinado ao abate de aves, um terço para os suínos e um terço para os bovinos. Para a quantificação unitária dos resíduos e subprodutos gerados no AE utilizou-se as informações apresentadas por Pacheco & Yamanaka (2006). A caracterização do substrato foi realizada para diferentes substratos a fim de escolher o que melhor se adeque ao projeto. Para o substrato poda + serragem foi realizada a média aritmética da poda e da serragem levando-se em consideração como peso a porcentagem a ser adicionada de cada material. Foram testadas diversas proporções, de forma que a proporção que melhor atendeu os parâmetros de monitoramento foi a de 80% de serragem com 20 % de poda. No dimensionamento propriamente dito, foram adotadas as dimensões altura, largura e comprimento a célula de acordo com as dimensões propostas por Mukhtar et al. (2004). Para o cálculo do número de células requeridas considerou-se um tempo de uso da célula de 134 dias – 120 dias de compostagem e 14 dias de intervalo. Os cálculos realizados consideraram a quantidade total de subprodutos e resíduos gerados no AE com destinação total para a compostagem. Contudo, a quantidade de resíduos e subprodutos dimensionada a partir da capacidade instalada da unidade nos demandaria quantidades não disponíveis de área, obras e mão de obra para operação do sistema. Optou-se portanto no formato de destinação por meio das graxarias, de maneira que a composteira será dimensionada para atender apenas a eventos esporádicos, como atrasos e demanda excessiva para destinação de produtos que possam ser compostados, funcionando como um sistema de emergência. |