Resumo |
Pontos quânticos, nanocristais semicondutores, têm atraído atenção principalmente em decorrência de suas propriedades ópticas e eletrônicas advindas do confinamento quântico e que estão diretamente ligadas ao tamanho desses nanocristais. Uma das aplicações possíveis é a utilização como marcador biológico, porém, a toxicidade desse tipo de material representa um problema, sendo portanto de grande interesse compreender os parâmetros que influenciam nesta toxicidade. Neste trabalho estávamos interessados no estudo da toxicidade de pontos quânticos de CdTe aplicados em células da linhagem B16F10 (melanoma de camundongo). Os pontos quânticos foram produzidos em meio puramente aquoso e passaram por uma síntese de silanização, que consiste em crescer uma camada de sílica ao redor dos mesmos. As células foram cultivadas em meio DMEM alta glicose, com 10% de soro fetal bovino, 1% de ampicilina, 1% de estreptomicina e 0,0025% de anfotericina. Foram crescidas em garrafas apropriadas para o tipo celular e permaneceram em estufa a 37oC, sob atmosfera de 5% de CO2 e 95% de umidade relativa. A pretensão era usar pontos quânticos de CdTe produzidos em meio puramente aquoso de cor verde, silanizados e não-silanizados em três concentrações diferentes: 5mg/ml, 50mg/ml e 100mg/ml, com tempo de exposição celular de 60h e utilizar a câmara de Neubauer para quantificação celular. Com a pandemia da COVID-19 e o interrompimento das atividades presenciais, enfatizamos a análise de trabalhos que se propuseram a estudar os parâmetros que influenciam na toxicidade de pontos quânticos de CdTe. Os parâmetros analisados nestes estudos são: tamanho do ponto quântico, concentração, tempo de exposição celular, linhagem de célula utilizada e a síntese para a produção do PQ. Os estudos analisados indicam que: a toxicidade aumenta conforme há o aumento da concentração, porém, essa dependência se relaciona também com outros fatores; para concentrações mais altas a toxicidade pode ser baixa nas primeiras 24h, bem como diferentes concentrações podem apresentar a mesma viabilidade celular passadas 48h; o tamanho do ponto quântico e a estrutura da superfície podem modificar os resultados para uma mesma concentração; o tipo celular também pode influenciar nos resultados da mortalidade para baixas concentrações; os PQs causam estresse oxidativo nas células e levam a morte celular por apoptose. Com isso, temos que não é possível definir parâmetros gerais para a toxicidade de PQs, mas podemos tirar alguns pontos como guias para as futuras aplicações de PQs em células: uso de PQs maiores, como o vermelho, visto que os menores podem apresentar maior mortalidade celular; tempo de exposição máximo entre 24h e 36h, dado que a partir de algum ponto nesta faixa há redução significativa do número de células viáveis; aumentar o número de concentrações dentro do intervalo o qual pretendíamos usar. |