Resumo |
Ciências naturais são das áreas em que os alunos apresentam notável grau de dificuldade e resistência, sobretudo nas matérias de física e química. O baixo nível de aprendizado dos alunos brasileiros foi comprovado nos últimos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), em que o Brasil ocupou em 2018, o 68º em um ranking que classifica os 79 países. Uma das possibilidades para esse baixo desempenho pode estar na concepção tradicional e pouco reflexiva com que as disciplinas vêm sendo trabalhadas em sala de aula no Brasil, o que leva as disciplinas das ciências da natureza a serem julgadas pelos alunos como algo muito distante de sua realidade, ocasionando, dessa forma, desinteresse e resultados insuficientes na aprendizagem. Levando em considerações esses problemas e visando os objetivos da educação em ciências proposto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de proporcionar aos alunos o contato com processos, práticas e procedimentos da investigação científica para que eles sejam capazes de intervir na sociedade, foi criado em 2019 o projeto de extensão “É ciência?“ no IFMG Campus Ponte Nova. O projeto tem como objetivo principal levar a ciência de maneira simples e contextualizada a alunos da rede pública de Ponte Nova, além de proporcionar aos alunos colaboradores um contato com a educação básica brasileira pública, levando-os a reflexão e incentivando-os a ingressar na área de ensino. O projeto tem como pilar a teoria de Ausubel, em que para ensinar toma-se como ponto inicial os conhecimentos prévios do aluno e fatos relacionados ao cotidiano. As escolas que participam do projeto são selecionadas de acordo com o Índice de desenvolvimento da educação básica no município, sendo escolhidas aquelas escolas que têm menor nota na avaliação. O “É ciência?” desde 2019 realiza oficinas práticas, feiras de ciência, palestras interativas, divulgação científica através da página do perfil do projeto nas redes sociais “eciencia.ifmg” e participação em eventos científicos. Atualmente, com o distanciamento físico provocado pela pandemia do COVID-19, o projeto foi reestruturado e as ações vêm acontecendo de forma remota, através da internet. Desde maio deste ano já foram ministradas três palestras interativas pela plataforma Google Meet, que contaram com a participação de aproximadamente 150 ouvintes cada uma. Essas palestras foram: “A física nos filmes de ficção científica”, “Há física na música?” e “Importantes contribuições de mulheres para a ciência”. Foram também criadas salas virtuais abertas, onde são disponibilizados semanalmente materiais complementares como: apostilas, links com direcionamentos para os conteúdos e orientação de estudos. Espera-se que a longo prazo as ações possam contribuir com o interesse pela área por parte dos alunos e com a aprendizagem significativa, minimizando a desigualdade de acesso e fomentando a produção do conhecimento em ciências da natureza. |