Resumo |
O suporte ventilatório é indicado para pacientes com insuficiência respiratória e doenças pulmonares crônicas e pode ser realizado de duas formas, a invasiva e a não invasiva. A ventilação mecânica invasiva, assim chamada por necessitar de intubação orotraqueal, é a mais utilizada na medicina veterinária e vem se mostrando causadora de lesões pulmonares como barotrauma, volutrauma, atelectrauma e biotrauma, além de infecções e da exacerbação de problemas já existentes. A ventilação mecânica não invasiva ainda é pouco difundida na medicina veterinária, no entanto, em humanos é consolidada como alternativa para a manutenção da oxigenação em pacientes que não necessitam de anestesia e intubação orotraqueal, mantendo assim a proteção das vias aéreas, melhor sincronia do paciente com o respirador, menor risco de lesões iatrogênicas e menor tempo de hospitalização. A pressão pulmonar contínua nas vias aéreas (CPAP) é um modo de ventilação não invasiva que pode ser realizado com o uso da máscara facial. O objetivo deste trabalho foi avaliar a exequibilidade e benefícios da ventilação por CPAP, via máscara facial, em cães hígidos sedados e avaliar se o modo ventilatório melhora a oxigenação sanguínea em diferentes frações inspiradas de oxigênio (FiO2). Foram utilizados oito cães hígidos, mesocefálicos ou dolicocefálicos, de diferentes raças e de ambos os sexos, com idade entre dezoito meses e seis anos. Os cães foram sedados com acepromazina e morfina, submetidos à ventilação por CPAP com FiO2 de 21, 50 e 100%, alternados com ventilação espontânea com ar ambiental. Gasometria arterial foi realizada em 7 momentos experimentais para avaliar o efeito da ventilação nas diferentes FiO2. Ocorreu aumento da pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2) após o tratamento com FiO2 de 50 e 100%, mas não sob FiO2 de 21%, além de aumento progressivo da pressão parcial arterial de dióxido de carbono (PaCO2) e diminuição do pH arterial, embora não tenha ocorrido hipercapnia e acidemia. O método de ventilação por CPAP com uso da máscara facial gera desconforto em cães sedados, demanda vigilância e contenção física durante todo o procedimento, e mostrou pouca eficácia na elevação dos níveis de PaO2. |