Resumo |
O capim-amargoso é uma planta daninha que infesta inúmeras culturas de grande porte, e além disso tem um grande potencial de agressividade. Neste sentido, uma melhor compreensão da ecologia da germinação do capim-amargoso podem auxiliar a desenvolver melhores estratégias de controle para essa planta daninha. Para condução do trabalho sementes maduras de D. insularis foram coletadas aleatoriamente na fazenda Recanto, localizada na BR365, onde foram descartadas aquelas com evidência de má formação ou danos físicos. Posteriormente, as sementes coletadas foram colocadas em processo de secagem natural e ficaram em bandeja com papel toalha dentro do laboratório. Depois de secas, foram armazenadas em local climatizado (18°C e 20% de umidade) até a realização do experimento. As sementes passaram pelo processo de quebra de dormência, que foi feito com soluções de 30 ml de ácido sulfúrico e 70 ml de água destilada, sendo mergulhadas nessa solução por 20 minutos e logo após realizada a assepsia superficial mediante a imersão em solução de hipoclorito de sódio 2% por 5 minutos, seguida por lavagem em água destilada. Para cada repetição do teste foram dispostas 50 sementes distribuídas em caixas gerbox (11,0 x 11,0 x 3,0cm) sendo feita a assepsia com álcool 70% das mesmas, e logo após colocadas três folhas de papel germitest autoclavado dentro das caixas, recortados com proporções de 10,5 x 10,5 cm. Para determinar o efeito da duração da luz na germinação, as sementes de capim amargoso tiveram exposição a 0/24, 8/16, 12/12, 16/8, 24/0 horas, sendo regimes de luz/escuridão a uma temperatura de 25±1ºC em BOD, totalizando cinco tratamentos, com quatro repetições. No tratamento escuro, as caixas foram cobertas com três camadas de papel alumínio para evitar qualquer incidência de luz nas mesmas. Os dados foram submetidos no software Sisvar, com o teste tukey a 5% de probabilidade. Sob condições escuras contínuas (0/24 h), a germinação foi de 31%, enquanto que na exposição à luz contínua (24/0 h) a porcentagem germinativa foi para 36%. O tratamento com melhor porcentagem de emergência foi o 12/12, sendo de 76%, seguindo pelo 8/16 (47%) e 16/8 (40%). Esses valores mostram que o capim-amargoso possui um potencial germinativo em uma faixa grande de fotoperíodo, podendo então apresentar altas taxas de germinação em variados períodos do ano. Mesmo apresentando germinação significativamente inferior aos outros tratamentos, a ausência de luz promoveu a germinação das sementes, fato que confere potencial germinativo independente da luz. Podem ser classificadas como fotoblásticas neutras, pois apresentaram germinação em todos os regimes de luz/escuridão. |