“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 13657

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Agronomia
Setor Departamento de Entomologia
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Nathalia Pazeto Del Puppo
Orientador SIMON LUKE ELLIOT
Outros membros Daniel Luís Viol, Eduardo Carlos Costantin
Título Influência da dieta e da densidade na imunidade e em traços da história-de-vida da lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
Resumo Influência da dieta e da densidade na imunidade e em traços da história-de-vida da lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

Na Teoria da história-de-vida, os traços funcionais são aqueles que caracterizam o ciclo de vida de um organismo e influenciam em seu “fitness”. Exemplos clássicos são o tamanho dos indivíduos, sua taxa de crescimento, sua idade na primeira reprodução e o número de descendentes gerados. Mais recentemente, o sistema imune vem sendo incluído como um importante traço funcional nessa Teoria, assim como sua modulação por fatores ecológicos e ambientais, como a qualidade e a disponibilidade de alimento. A manutenção desse sistema é custosa e compete por recursos com outras funções, como a reprodução e a longevidade, dando origem aos “trade-offs”. Os “trade-offs” podem ocorrer de maneira mais evidente a depender do estado nutricional do indivíduo. A lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) é um inseto-praga importante para produção de soja no Brasil e apresenta diferentes fenótipos (verde, preto e intermediário), que são dependentes da densidade de coespecíficos. Os fenótipos diferem em coloração e no investimento em parâmetros imunes, em acordância com a hipótese da Profilaxia Densidade-Dependente (DDP hipótese). A DDP hipótese prediz que em alta densidade há maior risco da transmissão de patógenos, havendo então maior necessidade de se investir em imunidade. Sendo assim, o presente estudo almeja investigar i) as diferenças nos parâmetros imunes; e ii) os custos relacionados ao investimento na imunidade nessa espécie. Nós utilizamos como tratamento a densidade (1 lagarta ou 4 lagartas/por pote) e a dieta (artificial ou folhas de soja). Coletamos, então, dois parâmetros imunes: número de hemócitos e atividade de lisozima na hemolinfa; e sete traços de história de vida: desenvolvimento da lagarta e da pupa, fenótipo, peso da pupa, longevidade, fecundidade e conteúdo gorduroso. Nossa predição é que lagartas criadas em alta densidade e se alimentando de folhas de soja irão apresentar um conflito de alocação de recursos mais pronunciado, resultando em um custo de investimento relacionado à imunidade nos traços de história de vida. Os principais resultados mostraram que o número de hemócitos foi mantido em maiores níveis quando a lagarta foi alimentada com dieta artificial, e três traços de história de vida aumentaram: peso da pupa, tempo de pupa e o conteúdo gorduroso. Enquanto isso, a alta densidade impactou positivamente a atividade de lisozima e negativamente o peso da pupa quando as lagartas foram alimentadas com folhas. Tanto a fecundidade, quanto a longevidade dos adultos não foi afetada por nenhum dos tratamentos. Dessa forma, concluímos que não há indicação de custos no “fitness” dos indivíduos relacionados a DDP hipótese nesse sistema, mas há diferenças substanciais na história de vida e no número de hemócitos em lagartas criadas com dieta artificial comparadas com aquelas alimentadas com a planta hospedeira.
Palavras-chave ecologia imune, interação inseto-planta, trade-offs
Forma de apresentação..... Painel
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