Resumo |
Sabe-se que o Brasil é um país de megabiodiversidade distribuída em diferentes biomas, que que vem sofrendo acelerado processo de degradação. Entre estes biomas, a Mata Atlântica abriga uma grande quantidade de espécies endêmicas, sendo várias destas com pouco relato científico, principalmente em relação à propriedades farmacoquímicas. Assim, com o intuito de explorar os potenciais bioativos das plantas e fomentar seus recursos de forma sustentável, o grupo de pesquisa BIOPROS-UFV vem realizando pesquisa de bioprospecção molecular. O presente trabalho buscou isolar e purificar produtos naturais (PN) bioativos de folhas de Maclura tinctoria, família Moraceae. Para o processo de isolamento e purificação de PN, primeiramente, foi acessado da extratoteca BIOPROS, um extrato em Acetato de Etila de folhas de M. tinctoria (EaMt), cuja análise realizada anteriormente, identificou a presença de uma mistura de flavonoides prenilados com promissora atividade antimicrobiana. Assim, 3g do extrato de EaMt foram utilizados para o fracionamento cromatográfico em coluna de sílica gel, utilizando solventes em ordem crescente de polaridade. Frações de 50 ml foram retiradas da coluna e, em seguida, concentradas até completa remoção do solvente utilizando rotaevaporador. Foram obtidas 252 frações, cujos perfis fitoquímicos foram analisados por Cromatografia em Camada Delgada (CCD), empregando como revelador reagente NP/PEG, para monitoramento dos flavonoides. As frações com idêntico perfil flavonoídico foram reunidas em 28 grupos. Para uma segunda tentativa de isolamento de PN, foi realizada uma nova coleta de folhas de M. tinctoria (5,43 kg), a partir da mesma espécime empregada na produção de extrato do BIOPROS. O material vegetal, após selecionado, foi submetido à secagem em estufa ventilada e pulverização em moinho de facas, obtendo-se 2,08 kg de material seco. Uma alíquota de 750 g desse material foi submetida a uma extração por percolação seriada, empregando como solventes extratores, a sequência de: hexano, diclorometano, acetato de etila e etanol, sendo posteriormente retirados os solventes até obtenção de extratos secos. Da primeira coluna cromatográfica, pela reduzida quantidade de extrato, não foi possível obter a purificação de flavonoides, obtendo-se ao final, uma mistura desses compostos. Este fato motivou nova coleta de folhas de M. tinctoria e produção de extratos de diferentes polaridades. Observou-se uma concentração dos flavonoides no extrato diclorometânico, que por comparação cromatográfica observou-se tratar de flavonoides preniladas. O processo de isolamento e purificação desses flavonoides do extrato diclorometânico está em andamento. Ainda será realizado o processo de fracionamento fitoquímico biomonitorado com testes microbiológicos, de forma a purificar os PN bioativos de M. tinctoria. Espera-se, contudo, obter as moléculas bioativas purificadas de M. tinctoria para a realização de novos ensaios biológicos. |