“Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira”

19 a 24 de outubro de 2020

Trabalho 13626

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Bianca Amorim Gomide
Orientador LISSANDRO GONCALVES CONCEICAO
Outros membros FABIANA AZEVEDO VOORWALD, Igor Martins Strelow, Juliana Seneme Gomes, Mariana Silva Leite
Título Pênfigo foliáceo canino: relato de caso
Resumo O pênfigo foliáceo consiste em uma doença autoimune pertencente ao complexo pênfigo. Acomete várias espécies, incluindo felinos e caninos. O mecanismo etiopatogênico está relacionado à formação de pústulas epidérmicas pelo fenômeno de acantólise, no qual os autoanticorpos acometem as junções intercelulares que ocorrem em diferentes níveis epidérmicos. A lesão cutânea elementar é vesicopustulosa, que pode ser efêmera, originando o chamado colarinho epidérmico. Outras lesões encontradas são eritema, alopecia, pápulas, descamação e liquenificação localizadas, principalmente, no tórax, abdômen, segmento cefálico, membros e coxins podais. Objetiva-se relatar um caso de pênfigo foliáceo canino atendido no HOV/DVT-UFV. Uma fêmea canina, SRD, 6 anos de idade, castrada, deu entrada no serviço com queixa de prurido intenso, eritema, alopecia, pústulas e colarinhos epidérmicos em região axilar, tórax e abdômen. Foram realizados hemograma, bioquímica sérica, exame parasitológico do raspado de pele, tricograma, cultura fúngica, citologia das pústulas e biópsia de pele para exame histopatológico. A citologia revelou células acantolíticas, infiltrado neutrofílico e raras bactérias cocóides extracelulares e o exame histopatológico revelou pústula subcorneal acantolítica, confirmando diagnóstico de pênfigo foliáceo canino. O tratamento foi iniciado com associação de prednisolona 2,2 mg/kg SID e ciclosporina 10mg/kg SID. Após dois meses, com a completa remissão dos sinais clínicos, procedeu-se redução gradual da dose e frequência da prednisolona, até a sua descontinuação. Durante a terapia esteroidal foram observadas poliúria, polidipsia e polifagia que desapareceram após a interrupção da utilização do fármaco. A manutenção da remissão foi feita somente com a ciclosporina, administrada a cada 72 horas. Tal prática minimiza os efeitos colaterais do uso prolongado desses fármacos. Os sinais clínicos apresentados pela paciente conferem com os descritos na literatura. A anamnese não revelou uma possível causa predisponente. De acordo com a literatura, a maioria dos casos de pênfigo foliáceo são idiopáticos, mas a variante farmacodérmica já foi reportada. A idade do início da apresentação dos sinais clínicos da paciente confere com a literatura, isto é, adulto jovem. No entanto, há uma maior ocorrência em cães com raça definida, principalmente Cocker Spaniel. Estudos relacionados ao uso da ciclosporina para o tratamento do pênfigo foliáceo não são auspiciosos, mas sua eficácia pode ser aumentada pela associação com glicocorticoides. Tal fato foi evidenciado pela remissão dos sinais clínicos pela associação dos dois fármacos. Entretanto, a ciclosporina se mostrou eficiente como monoterapia de manutenção. Pênfigo foliáceo canino deve ser um diagnóstico diferencial em pacientes que apresentam os sinais clínicos supracitados. O exame histopatológico possibilitou a confirmação do diagnóstico, e a ciclosporina se mostrou eficiente como terapia de manutenção.
Palavras-chave Pênfigo foliáceo, doença autoimune, ciclosporina
Forma de apresentação..... Painel
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