Resumo |
Introdução: Entender os benefícios das estratégias de ensino utilizadas na área da saúde no aprendizado torna-se relevante, uma vez que poderá contribuir para guiar o processo de ensino, de forma a estabelecer prioridades, visando à qualificação da aprendizagem. Desta forma, avaliar a satisfação e a autoconfiança dos alunos na participação de uma atividade simulada podem ser considerados indicadores de qualidade dentro das instituições, principalmente pelo fato de apontar a eficácia das estratégias de ensino utilizadas. Objetivo: Avaliar os constructos “satisfação” e “autoconfiança” de estudantes de enfermagem que vivenciaram duas técnicas de debriefing diferentes, utilizando a Escala de Satisfação dos Estudantes e Autoconfiança com Aprendizagem (ESEAA) e a Escala de Satisfação com Experiências Clínicas Simuladas (ESECS). Metodologia: Ensaio clínico randomizado controlado realizado com 20 estudantes do curso de graduação em Enfermagem. Os alunos foram divididos igualmente em grupo controle (debriefing segundo Ciclo de Gibbs) e grupo intervenção (debriefing segundo Modelo 3D) e, em seguida, participaram de uma atividade simulada. Após a simulação preencheram as escalas ESEAA e ESECS, utilizadas para avaliar o nível de satisfação e autoconfiança na aprendizagem. Os dados foram analisados no programa Excel®. Foram computadas as médias totais de cada grupo em cada escala e na ESEAA foram calculadas, também, as médias dos constructos “satisfação” e “autoconfiança”. O projeto obteve aprovação do comitê de ética em pesquisa. Resultados: Identificou-se que 80% da amostra foi composta por estudantes do sexo feminino, e a média da idade foi de 22,05 anos (22 anos e 18 dias). Nos dados das escalas, identificou-se que na ESEAA o grupo controle (Gibbs) obteve no constructo “satisfação” uma média de 4,60 e no constructo “autoconfiança” o mesmo obteve uma média de 4,30. Já o grupo intervenção (Modelo 3D) obteve média de 4,54 no constructo “satisfação” e 4,03 na “autoconfiança”. A média total obtida pelos grupos controle e intervenção a partir da ESEAA foram de 4,41 e 4,23, respectivamente. Em relação a ESECS, o grupo controle obteve uma média total de 9,48 e o grupo intervenção obteve 8,94. O grupo controle (Gibbs) apresentou médias superiores, em todas as variáveis, de ambas as escalas. Acredita-se que as médias do grupo controle apresentaram maiores valores em relação as médias do grupo intervenção pelo fato do modelo de Gibbs ser a técnica usualmente utilizada pelos docentes no curso de graduação em Enfermagem da UFV. Conclusão: O uso dos instrumentos permitiu identificar o nível de satisfação dos alunos quanto à utilização da simulação como estratégia de ensino e proporcionaram aos docentes da disciplina uma reflexão sobre os cenários trabalhados, em termos da clareza do objetivo, conteúdo e debriefing. Por serem geradoras de satisfação e autoconfiança, os dois modelos de debriefing são recomendados para serem utilizados na formação em enfermagem. |